Eleitores voltaram às urnas no Malawi
Os eleitores do Malawi regressaram, ontem, às urnas para repetir as eleições presidenciais, após a reeleição de Peter Mutharika, no ano passado, ter sido anulada por fraude.
Peter Mutharika, 79 anos e no poder desde 2014, voltou a candidatar-se, tal como o rival Lazarus Chakwera, de 65 anos. O terceiro candidato, Peter Kuwani, apresentava poucas hipóteses de atrapalhar o frente-a-frente de Mutharika e Chakwera.
A Comissão Eleitoral proclamou Mutharika vencedor das eleições de 21 de Maio de 2019, com 38,57 por cento dos votos, quase 160 mil a mais do que os obtidos por Chakwera, com 35,41 por cento.
No entanto, Chakwera e outros candidatos consideraram os resultados fraudulentos, apontando irregularidades em numerosos boletins de voto.
Por vários meses, o Malawi, habitualmente um país pacífico, teve nas ruas manifestações da oposição, com casos de violência que envolveram as forças da ordem e segurança e diversas audiências perante o Tribunal Constitucional.
Para surpresa geral, o Tribunal Constitucional anulou, em Fevereiro o escrutínio, confirmando “irregularidades generalizadas e sistemáticas”, algo que Mutharika sempre negou vigorosamente. Professor na Universidade de Washington, nos Estados Unidos da América, Peter Mutharika é especialista em Direito Constitucional e dirige o Partido Democrático Progressista.
Foi eleito em 2014 com a promessa de erradicar a corrupção, na sequência do chamado escândalo “cashgate”, que expôs a pilhagem dos cofres do Estado por uma coligação de quadros do partido no poder, altos funcionários do Governo e empresários.
O próprio Mutharika esteve implicado durante o seu mandato presidencial, acusado de ter embolsado 200 mil dólares de um contrato governamental, mas nunca foi condenado.