Pequim promete retaliar contra decisão americana
A China ameaçou, ontem, retaliar contra a decisão dos Estados Unidos de classificar quatro media estatais chineses como “missões diplomáticas estrangeiras”, acusando-os de serem “órgãos de propaganda” ao serviço do Partido Comunista da China.
“Esta medida expõe a hipocrisia da chamada liberdade de expressão e de imprensa de que os Estados Unidos se orgulham”, apontou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Zhao Lijian. O portavoz pediu a Washington que “retroceda imediatamente com a decisão”, advertindo que, caso contrário, a China terá a “reacção apropriada”.
David Stilwell, secretário-adjunto do Departamento de Estado para Assuntos do Leste Asiático e do Pacífico, avançou, na segunda-feira, que a China Central Television, o China News Service, o “Diário do Povo” e o “Global Times” vão ter de fornecer detalhes sobre os funcionários e as propriedades que detenham nos Estados Unidos ao seu Departamento.
“Estas entidades não são organizações noticiosas independentes; são efectivamente controladas pelo Partido Comunista Chinês”, disse Stilwell. Trata-se da segunda vez que os EUA designam meios de comunicação chineses como entidades estrangeiras, exigindo que se submetam às regras e regulamentos que cobrem as missões diplomáticas. Em Fevereiro, cinco meios de comunicação, incluindo a agência noticiosa oficial Xinhua e a televisão CGTN, passaram a estar obrigados a cumprir com aqueles regulamentos.