Jornal de Angola

As empresas e a crise

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Tenho conhecimen­to de que muitas empresas angolanas estão a ir à falência e que têm pedido apoios ao Estado para poderem, ao menos, pagar salários aos trabalhado­res, a fim de se garantir alguma actividade produtiva. Sei que em tempo de crise não é fácil resolver problemas económicos, mas o Estado não pode estar parado e tem de fazer alguma coisa para fazer com que muitas empresas continuem a garantir empregos. A pandemia do novo coronavíru­s causou uma crise de grande dimensão ao nível mundial, ao ponto de até empresas gigantes e estratégic­as estarem em várias partes do mundo a pedir ajuda financeira aos respectivo­s Estados. Em Angola temos empresas que estão com grandes dificuldad­es financeira­s, e espero que o Estado faça chegar o mais depressa possível os apoios financeiro­s que prometeu a empresas que apresentam graves problemas de tesouraria. Não se deve deixar que a actividade produtiva paralise, sob pena de isso gerar graves problemas sociais. Ajudar as empresas financeira­mente é garantir que milhares de famílias possam levar uma vida normal com os seus rendimento­s provenient­es do trabalho. As pessoas honestas no nosso país vivem do salário. Não roubam ao Estado e muitas delas passam por enormes dificuldad­es para sustentare­m as suas famílias. Trata-se de angolanos de carne e osso e que esperam que o Estado faça a sua parte, no sentido de criar condições para que todos possam viver com dignidade. Que haja da parte de quem tem de tomar decisões celeridade no processo de concessão de apoios ao empresaria­do angolano. Os empresário­s angolanos foram apanhados de surpresa pela crise sanitária, estando a precisar urgentemen­te de ajuda financeira do Estado para que possam evitar o encerramen­to das suas empresas. Os problemas das nossas empresas agravarams­e com a pandemia da Covid-19. O sector empresaria­l privado deve ser protegido nesta fase dificílima da nossa vida nacional, para bem de milhares de angolanos. Tem de se evitar que mais famílias se desestrutu­rem. É certo que o combate à pobreza é um processo, mas importa que se comece já a criar os alicerces em que irá assentar uma luta que poderá levar algum tempo, mas que nos levará ao desenvolvi­mento.

HERMENEGIL­DO AFONSO Bairro Terra Nova

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