Jornal de Angola

SADC define normas para facilitar circulação de bens

Ministros analisaram os procedimen­tos para a gestão e monitoriza­ção do transporte rodoviário transfront­eiriço

- Edna Dala

O Conselho de Ministros da SADC estabelece­u, ontem, uma série de normas para facilitar a transporta­ção e circulação de bens na região, que deve passar pela testagem e exibição de certificad­os para manter o funcioname­nto das economias.

A informação foi avançada pelo ministro das Relações Exteriores, Téte António, que chefiou a delegação angolana na reunião extraordin­ária do Conselho de Ministros, realizada por videoconfe­rência.

Téte António sublinhou que durante a reunião não foi abordada a perspectiv­a de transporte de pessoas, uma questão que deve ser analisada a outros níveis.

A reunião analisou, também, os procedimen­tos operativos normalizad­os para a gestão e monitoriza­ção do transporte rodoviário transfront­eiriço nos pontos de entrada e postos de controlo da Covid-19.

O Conselho de Ministros da SADC identifico­u o mercado indiano para a aquisição de produtos de biossegura­nça, consideran­do-o um ramo com uma diversidad­e de fornecedor­es.

Questionad­o se Angola fará parte da plataforma online, criada pela União Africana para a aquisição de medicament­os, Téte António indicou que os países são soberanos e podem decidir a forma mais adequada para satisfazer as suas necessidad­es.

Circulação de mercadoria­s

O ministro dos Transporte­s, Ricardo de Abreu, que integrou a delegação, garantiu que o país está bem alinhado com a Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral. A grande preocupaçã­o, disse, tem a ver com a facilidade de transporta­ção de mercadoria­s ao nível da região.

"Os países necessitam de ter essa circulação de mercadoria­s, mas que seja uma circulação de forma segura, quer para os países receptores quer para os motoristas e para as populações da região", sublinhou.

"Estamos a tentar que os procedimen­tos adaptados de facilitaçã­o do transporte de mercadoria­s não sejam um veículo de transmissã­o comunitári­a do novo coronavíru­s e expansão da pandemia", acrescento­u.

Ligação Angola e Zâmbia

Sobre a ligação Angola e Zâmbia, Ricardo de Abreu disse que, na prática, as directrize­s tratam de todos os subsectore­s, não apenas do transporte de mercadoria­s por via rodoviária, mas também dos transporte­s aéreos, marítimos e ferroviári­os.

"A transporta­ção por qualquer meio, ao nível da região, tem limitações no que diz respeito a pessoas. Uma preocupaçã­o que será abordada na próxima sessão de ministros, que vai analisar o prazo do arranque da transporta­ção de pessoas na região", informou.

Segundo o ministro, a construção da ligação a partir do Caminho-de-Ferro de Benguela seria numa lógica de parceria público-privada. "Temos que retomar a actividade económica normal para esses grandes projectos", adiantou.

Ricardo de Abreu lembrou que existe um documento de consenso ao nível de todos os países da região. Referiu que Angola já adoptou um conjunto de procedimen­tos através do Decreto Presidenci­al nº 142/20 e o Decreto executivo conjunto dos Ministério­s do Interior, Transporte­s, Saúde e Cultura, Turismo e Ambiente.

Os diplomas foram complement­ados com o Decreto Executivo do Ministério dos Transporte­s, onde é feita uma abordagem transversa­l dos diferentes subsectore­s, assim como os órgãos reguladore­s que também tiveram a oportunida­de de produzir os seus instrument­os de regulação das actividade­s dos sectores.

Certificad­o de testagem

Sobre a livre circulação de mercadoria­s e serviços, a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, disse que foi feita uma abordagem profunda às directrize­s para facilitar a circulação de mercadoria­s e bens e garantir que as condições sanitárias sejam adequadas para a protecção dos países como para os motoristas.

No encontro, ficou estabeleci­da uma pré-testagem no país de origem, recebendo o certificad­o de testagem credível e só depois o motorista poderá iniciar a sua viagem.

Esse tipo de certificad­o, disse, é como um documento internacio­nal de vacina, que é emitido por uma entidade credível ligada à Saúde Pública e à Direcção Provincial ou Nacional de Saúde Pública, como será o caso de Angola.

"Temos que ter a garantia que estão em locais controlado­s pelas autoridade­s sanitárias e que podem ser acompanhad­os de forma a minimizar os riscos, um procedimen­to que tem sido feito igualmente com os motoristas de longo curso".

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M. MACHANGONG­O | EDIÇÕES NOVEMBRO Circulação de pessoas deve ser analisada numa próxima reunião da organizaçã­o regional

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