Jornal de Angola

Deputados no controlo da execução orçamental

Proposta é parte dos 15 pontos da agenda de trabalhos da sessão plenária da Assembleia Nacional marcada para quarta-feira

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Os deputados à Assembleia Nacional desafiam o Executivo a disponibil­izar um sistema de informação que lhes permita acompanhar, com rigor, a execução orçamental, face ao registo de “constantes” desvios do erário. O desafio foi lançado no âmbito da discussão, na Especialid­ade, da Proposta de Lei de Revisão do OGE para 2020.

A Proposta de Lei que aprova o Código de Processo Penal vai à votação final global na quarta-feira, na 11ª sessão plenária ordinária da Assembleia Nacional, depois de aprovado o relatório parecer das Comissões de Trabalho Especializ­adas. As discussões na especialid­ade começaram em Maio do ano passado e terminaram no mês passado.

A aprovação do Código do Processo Penal vai revogar o Código do Processo Penal vigente, aprovado e promulgado em 1929 e a legislação complement­ar da mesma época. O diploma visa a adequação das normas processuai­s penais à realidade jurídicoco­nstitucion­al e efectivaçã­o dos direitos e liberdades fundamenta­is dos cidadãos consagrado­s na Constituiç­ão.

A sessão tem ainda, na agenda, a votação final global da Proposta de Lei sobre os Símbolos das Autarquias, a Proposta de Lei que altera a Lei dos Contratos Públicos.

Com 15 pontos, a agenda da 11ª sessão plenária prevê, igualmente, a votação final global da Proposta de Lei sobre o Regime Jurídico das Zonas Francas e a Proposta de Lei de Bases do Sistema de Pagamentos de Angola.

Acções privilegia­das

Para discussão e votação na generalida­de, estão agendados vários diplomas, entre os quais a Proposta de Lei que altera a Lei de Bases do Sector Empresaria­l Público. A Proposta pretende introduzir, no ordenament­o jurídico angolano, a figura das “Golden Shares”, também denominada­s acções privilegia­das.

O propósito é o de garantir que as empresas objecto de privatizaç­ão ou as sociedades comerciais, inseridas em sectores estratégic­os em que o Estado ou outras entidades públicas detenham participaç­ões públicas minoritári­as, tenham,àsuadispos­ição,mecanismos que salvaguard­em os interesses­estratégic­osdoEstado nesses sectores, sem prejudicar o seu funcioname­nto.

Está, também, contemplad­a, para discussão e votação na generalida­de, a Proposta de Lei de Sustentabi­lidade das Finanças Públicas. O diploma visa garantir o reforço da eficácia dos instrument­os de gestão de finanças públicas, de médio prazo e consolidar as regras fiscais.

A Proposta estabelece as regras e os processos que regem a implementa­ção da política fiscal, com o objectivo de assegurar a estabiliza­ção macroeconó­mica e a sustentabi­lidade das Finanças Públicas.

Outro diploma que consta da agenda é a Proposta de Lei sobre o Regime Jurídico das Garantias Mobiliária­s, no âmbito do Programa do Executivo para a melhoria do ambiente de negócios.

Pretende estimular o cresciment­o económico do país, aumentando o acesso ao crédito através da institucio­nalização deumregime­jurídicomo­derno, que permite a utilização de bens móveis, como por exemplo, mercadoria­s, contas a receber, animais, colheitas e máquinas como garantias de crédito, de uma forma jurídica mais segura e exequível.

Controlo da execução orçamental

No âmbito da discussão, na Especialid­ade, da Proposta de Lei de Revisão do Orçamento Geral do Estado para o exercício económico de 2020, iniciada na quinta-feira passada, os deputados desafiaram o Executivo a disponibil­izar um sistema de informação que os permita acompanhar, com rigor, a execução orçamental.

Face ao registo de “constantes” desvios do erário, os parlamenta­res pediram uma maior articulaçã­o entre o processo orçamental e o controlo da execução.

O exercício de fiscalizaç­ão, segundo alguns parlamenta­res, impõe-se, sobretudo, pelo facto de continuare­m a existir projectos por concluir já inscritos em orçamentos anteriores. Raúl Danda, da UNITA, citado no sítio da Internet da Assembleia Nacional, fez menção às obras de construção do Porto de Águas Profundas do Caio, em Cabinda, paralisada­s há dois anos, por alegada falta de verbas.

A construção do Porto de Águas Profundas do Caio teve início em 2015 e registou interrupçõ­es depois de atingir, em 2017, níveis de execução física acima de 45 por cento, com a construção de mais de 400 dos 775 metros de cais previstos.

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SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Parlamento agendou a discussão e votação na generalida­de de várias Propostas de Lei

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