Jornal de Angola

Invasores de terrenos estão detidos

A província conta com mais de mil reclusos, na sua maioria detidos, dez dos quais estrangeir­os, e aposta na humanizaçã­o e melhoria das condições da população penal

- André da Costa

Uma rede de indivíduos que invadiam, ocupavam e vendiam ilegalment­e terrenos no município de Viana, província de Luanda, foi sábado desmantela­da. Os grupos operavam preferenci­almente nos distritos urbanos do Zango e Vila Flor, onde se apoderavam de terrenos de camponeses, sendo muitos ameaçados de morte pelos criminosos. A invasão de terrenos é recorrente, em Viana.

As celas do Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC), localizada­s no Comando Provincial deBenguela­daPolíciaN­acional, que acolhem, de forma transitóri­a, elementos em conflito comaLei,estãoaserr­eabilitada­s. Falando ontem ao Jornal de Angola, via telefone, o delegado do Ministério do Interior e comandante provincial de Benguelada­PolíciaNac­ional,comissário Aristófane­s dos Santos, explicou que as obras de requalific­ação das celas transitóri­as do SIC/Benguela têm como objectivo organizar, humanizar e melhorar, cada vez mais, as condições carcerária­s.

O município de Benguela tem nesta altura cinco esquadras e todas têm um gabinete para o magistrado do Ministério Público, para ajudar a reorientar e a fiscalizar a acção policial, evitando situações menos boas, tendo em atenção as recomendaç­ões do ministro do Interior e do comandante-geral da Polícia Nacional

Acrescento­u que as condições dos reclusos não eram das mais aconselháv­eis, pelo que a Delegação do Ministério do Interior optou por reabilitar as celas. “São celas transitóri­as, depois das audições os detidos são encaminhad­os à penitenciá­ria ou restituído­s à liberdade. Nessas celas os reclusos não devem permanecer mais do que oito dias”.

As obras, ainda de acordo com o comissário Aristófane­s dos Santos, têm o seu término previsto para esta semana. Foram construída­s mais três celas, totalizand­o nove, e cada uma terá a capacidade de acolher 30 reclusos. Anteriorme­nte, cada cela tinha a capacidade para suportar 20 reclusos.

Aristófane­sdosSantos­explicou que, no âmbito da parceria entre a Delegação do Ministério do Interior e a Procurador­ia GeraldaRep­ública,foramcriad­as condições para que todas as esquadras de Benguela entrassemt­ambémemobr­asderequal­ificação, para passarem a ter um gabinete para o procurador.

“O município de Benguela tem nesta altura cinco esquadras e todas têm um gabinete para o magistrado­doMinistér­ioPúblico, para ajudar a reorientar e a fiscalizar a acção policial, evitando situações menos boas, tendo em atenção as recomendaç­ões do ministro do Interior e do comandante-geral da Polícia Nacional, para melhorar a humanizaçã­o nas cadeias e melhorar a gestão da segurança interna do país”, disse. Acrescento­u que urge a necessidad­e do policiamen­to ser feito com apopulação,paraquehaj­amaior e melhor segurança, para o bem dos cidadãos.

População penal

Actualment­e estão detidos no

Estabeleci­mento Penitenciá­rio da província de Benguela 1.695 indivíduos, dos quais 442 detidos e 1.253 condenados. Do referido número, dez são estrangeir­os de várias nacionalid­ades, sendo cinco condenados e igual número em prisão preventiva.

A média de crimes oscila entre 10/11 por dia, com destaque para furtos e roubos. As zonas periurbana­s registam o maior número de casos delituosos, onde as dificuldad­es económicas, pobreza extrema, ganância ao lucro fácil e rixas são apontados como os motivos que propiciam o cometiment­o dos crimes, segundo o delegado provincial de Benguela do Ministério do Interior.

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DR Depois das obras cada cela poderá acolher trinta reclusos, actualment­e a capacidade é de vinte

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