Jornal de Angola

Futebol compete nas urnas antes do regresso aos treinos

Petro de Luanda renova mandato dos órgãos sociais apostado em atingir o topo em África, enquanto o 1º de Agosto anuncia reforço

- Honorato Silva

A renovação de mandatos dos órgãos sociais e o reforço dos plantéis preenchem a agenda dos clubes e associaçõe­s provinciai­s, na fase de desconfina­mento gradual do futebol angolano, que tem o retorno aos treinos e às competiçõe­s dependente da testagem em massa, para o rastreio da Covid-19, de modo a evitar a propagação da pandemia pela actividade desportiva.

Focado na interrupçã­o do jejum de 12 anos sem conquistar o título do Girabola, hiato que originou a perda do conforto no palmarés da prova (15/13), em relação ao arqui-rival 1º de Agosto, o Petro de Luanda reconduziu Tomás Faria, cuja meta é colocar o clube entre os cinco melhores da modalidade em África, no final do mandato.

Com ajustes pontuais no elenco, nomeadamen­te as entradas de Alfredo Soares e Anselmo Monteiro, bem como a ausência de Artur Casimiro Barros, os tricolores atacam a consagraçã­o, feito frustrado pelo cancelamen­to da última época, quando lideravam isolados a tabela classifica­tiva, vantagem que esperavam conservar no clássico frente aos militares.

O espanhol Antonio Cosano volta a merecer a confiança na condução do plantel, reforçado pelo guarda-redes Antoine Dominique, provenient­e da Suíça, Ito, médio transferid­o do Interclube, e Maikon Leite, avançado brasileiro de 32 anos, ex-Amazonas FC. Na órbita dos petrolífer­os fala-se ainda do provável regresso do goleador Thiago Azulão, depois da experiênci­a no futebol turco.

Resposta do campeão

Em silêncio nos últimos dois meses, o 1º de Agosto deu sinal de vivacidade a meio da semana finda, ao divulgar a contrataçã­o de Bryan Josué Velásquez Moya, médio ofensivo hondurenho, autor de 21 golos em 39 jogos, na época 2019/2020, com as cores do Zulia Futebol Club da Venezuela. O jogador de 26 anos actua igualmente como ponta-de-lança.

Sabe-se que os rubronegro­s, presididos por Carlos Hendrick da Silva, continuam no mercado internacio­nal à procura de reforços para o ataque. O Congo Democrátic­o domina a preferênci­a dos dirigentes dos tetra-campeões do Girabola, agora com mais soluções na defesa, face ao regresso do lateral direito Mona, 22 anos, após empréstimo ao Recreativo da Caála, sendo à partida um substituto de Isaac, muitas vezes rendido por Paizo e Natael, ambos do corredor esquerdo.

Inversão nos polícias

No Rocha Pinto, Alexandre Canelas avança como sucessor do “decano” Alves Simões, nas eleições de quarta-feira. Muito activo na Comunicaçã­o Social, Miguel António “Kamuloji” passou à segunda figura da lista, na “inversão de marcha” operada pelos polícias no Interclube, num elenco que aposta no lançamento de jovens na modalidade e na construção de um pavilhão gimnodespo­rtivo.

Sem data de retorno aos treinos, o técnico português Ivo Campos tem a missão de fazer crescer a equipa, com as atenções no reposicion­amento do clube entre os melhores do país, estatuto perdido há várias edições do campeonato. A formação afecta ao Ministério do Interior tem entrado como candidata ao título e, antes do fecho da primeira volta, atira a tolha ao chão, para disputar posições no meio da tabela.

A Associação de Luanda renovou os órgãos sociais no sábado. Rafael Maria derrotou de forma esmagadora Manuel Francisco “Bigodão”, antigo árbitro, por 22 votos contra dois, enquanto na Huíla Carlos Zinga, superado nas urnas por Pepé António, 5/4, promete continuar a lutar pela anulação do pleito, após ver chumbado o recurso interposto à Comissão Eleitoral.

Todos ao teste

Pedro Miguel, responsáve­l clínico da Federação Angolana de Futebol, disse em que condições os clubes podem voltar aos campos:

“Isso é o fundamenta­l. É o pensamento a nível da Federação, porque o pressupost­o importante é que haja futebol, mas com segurança. O futebol não pode funcionar como um agente multiplica­dor da Covid-19. Para haver futebol com segurança, tem de haver testes. Isso é fundamenta­l. Agora, temos de arranjar alternativ­as de onde é que vamos conseguir os testes. Como vamos fazer. Mas têm de ser feitos. Sem testes não haverá chances de haver o retorno ao futebol. Estamos a fazer cálculos. A previsão é de fazer por média, 700 testes. Se optarmos por uma testagem semanal. Acho que vamos conseguir alguma maneira de resolver isso. Mas não podemos ficar sentados na bancada, à espera do navio passar”.

 ?? CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Tomás Faria foi reeleito para mais um mandato de quatro anos nos petrolífer­os do Eixo Viário
CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO Tomás Faria foi reeleito para mais um mandato de quatro anos nos petrolífer­os do Eixo Viário

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola