Presidente de Cabo Verde defende unidade nacional
O Presidente de Cabo Verde afirmou, ontem, que “é legítimo debater tudo” no arquipélago, mas recorda que o país foi “fundado em liberdades” e “na unidade nacional”, numa altura em que alguns movimentos discutem mais autonomia para as ilhas.
Segundo a Lusa, a posição assumida por Jorge Carlos Fonseca, através de uma mensagem que publicou na conta oficial na rede social Facebook, surge precisamente uma semana depois de a Assembleia Nacional ter chumbado (necessitava de 2/3 dos votos) a proposta do Governo para o Estatuto da Praia (Ilha de Santiago), enquanto capital do país, após várias críticas à solução, nomeadamente da Ilha de São Vicente.
O Estatuto Administrativo Especial da capital cabo-verdiana – que consta da Constituição mas que continua por regulamentar – previa, na proposta do Governo, que a Praia passasse a receber uma maior dotação financeira do Estado, a criação da Comissão de Capitalidade liderada pelo Governo e a elevação do presidente da Câmara ao estatuto equivalente a ministro.
A proposta necessitava dos votos favoráveis da oposição para passar, mas acabou chumbada. A proposta de regionalização, elaborada nesta legislatura pelo Governo, também não mereceu consenso com a oposição e foi igualmente inviabilizada, em 2019.
Poucos dias antes da votação, no Parlamento, o movimento cívico Sokols 2017, que reclama mais autonomia para a ilha cabo-verdiana de São Vicente, ameaçou divulgar publicamente os nomes dos deputados, que apelida de “traidores”, que votassem a favor da proposta do Estatuto Administrativo Especial da capital. Seguiram-se intensos debates em que a sociedade local reclamava, através das redes sociais, mais autonomia do poder central e até independência.
Morreu antigo ministro
O antigo ministro da Defesa de Cabo Verde, Honório Chantre Fortes, um dos heróis caboverdianos da luta pela independência no período colonial, morreu, sábado à noite, aos 78 anos, segundo a Associação dos Combatentes da Liberdade da Pátria, citada pela Lusa.
HonórioChantreFortesintegrou o grupo de jovens que prestou juramento perante Amílcar Cabral (fundador do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde – PAIGC), em Janeiro de 1967, pertenceu ao núcleo fundadordasForçasArmadascaboverdianas e foi ministro da Defesa Nacional de Cabo Verde de 1981 a 1986. Numa nota, o Governodestaca-ocomo“referência incontornável” do país e das Forças Armadas.