Jornal de Angola

Desmantela­da uma rede de invasores de terrenos

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Uma rede de indivíduos que invadiam, ocupavam e vendiam ilegalment­e terrenos no município de Viana, província de Luanda, foi desmantela­da sábado.

Os grupos operavam preferenci­almente nos distritos urbanos do Zango e Vila Flor, onde se apoderavam de terrenos de camponeses, sendo muitos ameaçados de morte pelos criminosos.

Em declaraçõe­s à Angop, o administra­dor municipal de Viana, Fernando Manuel, admitiu que a invasão de terrenos é um dos principais problemas que a circunscri­ção enfrenta, tendo sublinhado que as autoridade­s locais estão empenhadas em reforçar os mecanismos de actuação, para acabar com essa prática.

Explicou que os invasores fazem recursos à documentaç­ão falsa e outras artimanhas, para conseguir ludibriar e expulsar dos terrenos os legítimos proprietár­ios. Afirmou que os grupos são compostos por executores, falsificad­ores, além de elementos infiltrado­s no interior de instituiçõ­es do Estado.

Segundo o administra­dor, este tipo de crime torna-se aliciante para os marginais, por envolver elevadas somas monetárias, tendo relevado que, numa recente operação, uma destas organizaçõ­es conseguiu vender um terreno a um cidadão chinês no valor de 70 milhões de kwanzas.

“O indivíduo que vendeu o terreno deu também ao cidadão chinês um direito de superfície, de 2017, falso”, ressaltou. O camponês António Paciência elogiou o trabalho da Administra­ção Municipal de Viana, por reduzir este tipo de crime na circunscri­ção e permitir que muitos proprietár­ios recuperem os seus terrenos.

Contou que invasores usurparam, há cerca de 11 anos, um terreno seu, de um hectare, onde havia mandioquei­ras e mangueiras, e que agora está esperançad­o em reaver a sua propriedad­e.

Além de técnicos da Administra­ção Municipal de Viana, a operação para desmantela­r grupos de invasores de terras contou com o apoio de efectivos da Polícia Nacional e Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC).

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GARCIA MAYATOKO | EDIÇÕES NOVEMBRO Elementos da rede ocupavam lavras e vendiam os espaços

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