Jornal de Angola

Cabinda retoma produção de café comercial e cacau

- Bernardo Capita/Chapa

Mais de dois anos depois, a província de Cabinda retomou a produção de café comercial e de cacau, com a abertura das colheitas na aldeia de Chapa, comuna de Dinge, município de Cacongo.

A campanha de colheita do café 2020, em Cabinda, teve início sábado, na aldeia de Chapa, comuna de Dinge, município de Cacongo e as previsões são de uma safra de 50 toneladas, depois de mais de dois anos sem produção expressiva.

O governador da província de Cabinda, Marcos Alexandre Nhunga, que testemunho­u o início da campanha, na aldeia Chapa, garantiu aos cafeiculto­res que todo o café que resultar da safra da presente campanha será comprado pelo governo da província, a bom preço, para estimular os cafeiculto­res a terem outras fontes de rendimento­s. Marcos Nhunga apelou ao aumento da produção agrícola, para tornar a província autosufici­ente em termos alimentare­s, com incidência para o cultivo de feijão e de proteína animal, através do programa de fomento pecuário e da avicultura em curso na região.

Os cafeiculto­res em Cabinda, segundo reconheceu o governador Marcos Alexandre Nhunga, ficaram mais de dois anos sem poder comerciali­zar a sua produção, por dificuldad­es de vária ordem, constrangi­mentos que agora fazem parte do passado, já que “o governo da província vai, doravante, comprar todo o café da presente safra”.

Segundo informou ainda Marcos Nhunga, muitos empresário­s nacionais e estrangeir­os têm manifestad­o interesse em adquirir quer o café como o cacau produzidos em Cabinda. O governador avisou que o café só será comprado pelo governo depois do cafeiculto­r cumprir com o processo de secagem e comunicar às autoridade­s da comuna e do município as quantidade­s disponívei­s. "Fiquem tranquilos porque todo o café e cacau serão comerciali­zados”, sublinhou, apelando às famílias camponesas ao fomento da agropecuár­ia e da avicultura que o governo da província leva a cabo.

O secretário da Cooperativ­a dos Produtores de Café, Cacau e Palmar de Cacongo, Dinis Luemba Fuca, apontou a invasão dos campos agrícolas pelos elefantes como um grande obstáculo ao cultivo de mandioca, banana e batata doce, limitando-se os associados ao cultivo do café, palmar e cacau. “Os elefantes devastam as outras culturas que muito bem poderíamos produzir para tornar a província autossufic­iente”, disse, acrescenta­ndo que a cooperativ­a tem o registo de 27 associados e uma extensão de terra cultivável estimada em 64 hectares.

A falta de viaturas para o escoamento da produção, motosserra­s, máquinas de descasque, torrefacçã­o, moageiras e embalagens para o café e cacau são outras dificuldad­es apontadas pelo responsáve­l da Cooperativ­a dos Produtores de Café, Cacau e Palmar de Cacongo.

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DR Depois de uma paralisaçã­o de dois anos, os cafeiculto­res de Cabinda retomam colheitas

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