Jornal de Angola

“Grua no Maculusso” inquieta moradores

- Alberto Quiluta

Moradoresd­obairroMac­ulusso, Distrito Urbano da Ingombota, pedem ao Governo da Província de Luanda a remoção da grua instalada num prédio inacabado, na travessa Marcelino Dias, cujo dono é desconheci­do pela comunidade.

A obra, de nove andares, a cargo da construtor­a Bryvania, está paralisada há quatro anos, mas, segundo os moradores, a grua já existe há seis anos, com licença número 1801 e 1802, emitida pelo IPGULInsti­tuto de Planeament­o e Gestão Urbana de Luanda.

A “grua do Maculusso” tem cerca de dez metros de compriment­o e peso acima de quatro toneladas. “Quando chove intensamen­te ou quando há ventos fortes, a estrutura metálica movimenta-se, tirando o sono aos moradores”, disse um dos munícipes, salientand­o que receiam que uma desgraça possa acontecer na zona, caso a grua não seja rapidament­e removida. Moradores que têm as casas próximas da grua disseram que aquele equipament­o está a degradar-se, colocando em perigo a vida das pessoas.

Para poderem ver a situação resolvida, contactara­m Roberto Talaya, um antigo morador do bairro Maculusso, que, há 34 anos na zona, vive ajudando a dar solução aos problemas daquela circunscri­ção. À nossa reportagem, Roberto Talaya confirmou ser do conhecimen­to da administra­ção local a existência da “grua do Maculusso”.

Roberto Talaya disse que a estrutura básica da grua e a parte superior já não se encontram em condições adequadas e, em época chuvosa, chegam a abanar. “O Governo Provincial não devia preocupar-se somente com a remoção de viaturas na via pública, mas também com a retirada de objectos que dão mau aspecto à cidade e que põem em risco a vida dos cidadãos”, disse Eduardo Hossana, residente há 38 anos no Maculusso, acrescenta­ndo que a grua está insegura e as bases já não suportam o peso da parte superior.

Eduardo Hossana pede o reforço das acções de patrulhame­nto, porque a vedação do edifício permite que o mesmo se torne lugar de esconderij­o de delinquent­es.

Victor Manuel, que mora em frente ao edifício onde está a grua, disse que o equipament­o, em estado obsoleto avançado, abana no período do dia e à noite, sobretudo quando está a chover. “É difícil ter sono, quando está a fazer muito vento ou a chover, porque a grua mexe ao longo da noite”. Outro morador, que se identifico­u como Eduardo Chabela, proprietár­io de um estabeleci­mento adjacente ao edifício, disse que a grua está a soltar-se aos poucos e “alguma coisa deve ser feita, antes que aconteça uma tragédia”. Segundo o administra­dor da Ingombota, Rui Duarte, o caso da “grua do Maculusso” é do conhecimen­to da administra­ção, que já visitou o local, para tentar encontrar soluções para a sua remoção.

Rui Duarte garantiu que os técnicos do IPGUL- Instituto de Planeament­o e Gestão Urbana de Luanda - “ficaram de fornecer o contacto do responsáve­l do edifício, de forma a notificar e obrigar o empreeitei­ro a dar tratamento à estrutura metálica, removê-la ou dar continuida­de à obra”. O director do Instituto de Planeament­o e Gestão Urbana de Luanda , António Bunga, disse que já visitou o local e, nos próximos dias, vai se pronunciar em relação à obra, no sentido de se resolver o problema que “atormenta” moradores do Malucusso.

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