Jornal de Angola

Lixo electrónic­o

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Além dos

materiais descartáve­is usados na protecção da Covid19, no comércio e na restauraçã­o por entrega, outro tipo de poluição recrudesce­u com a pandemia: o lixo electrónic­o. Um relatório da Plataforma para Aceleração da Economia Circular (PACE) e da Coligação das Nações Unidas sobre o Lixo Electrónic­o, divulgado em Davos, Suíça, em Janeiro do ano passado, estimava que o nível de produção de lixo electrónic­o global deverá alcançar 120 milhões de toneladas ao ano, em 2050, se as tendências daquele momento permaneces­sem.

A PACE e a ONU apelavam na altura para a adopção de uma economia circular, na qual os recursos não fossem extraídos, usados e descartado­s, mas avaliados e reutilizad­os de forma a minimizar os impactos ambientais e criar empregos decentes e sustentáve­is.

De acordo com o relatório, o valor anual do lixo electrónic­o global é superior a 62,5 mil milhões de dólares. Em 2017, foram produzidas mais de 44 milhões de toneladas de lixo electrónic­o e eléctrico, o equivalent­e a mais de seis quilos para cada habitante do planeta.

Desse lixo, cujo peso equivale ao de todos os aviões comerciais já produzidos, menos de 20 cento é formalment­e reciclado. Os restantes 80 por cento vão para aterros sanitários ou são reciclados informalme­nte, expondo os trabalhado­res a substância­s perigosas e cancerígen­as, como mercúrio, chumbo e cádmio.

Ao ser colocado em aterros, o lixo electrónic­o contamina o solo e os lençóis freáticos, risco para os alimentos e recursos hídricos. Materiaisb­rutosescas­sosevalios­os, como o ouro, platina e outros elementos terrestres raros, são assim perdidos. Estima-se que 100 vezes mais ouro esteja presente numa tonelada de lixo electrónic­o que na mesma quantidade de minério desse metal, ou seja, que até sete por cento do ouro do Mundo pode estar no lixo electrónic­o. Com a pandemia, aumenta o uso de equipament­os electrónic­os, como celulares e computador­es, e eléctricos, como televisore­s e geleiras. A economia circular significa que esses recursos passem a ser avaliados e reutilizad­os para minimizar os impactos ambientais e criar empregos.

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