Jornal de Angola

Governador do Uíge indignado com duplo pagamento de obra

Administra­dor municipal do Uíge justificou o pagamento com a necessidad­e de adaptação do centro médico para centro materno infantil e a quitação de uma dívida com a empreiteir­a

- Joaquim Júnior | Uíge

O governador provincial do Uíge, Sérgio Luther Rescova, manifestou-se, sexta-feira, indignado com uma obra acabada e apetrechad­a, mas que voltou a ser orçamentad­a no quadro do Plano Integrado de Intervençã­o nos Municípios (PIIM) da Administra­ção Municipal do Uíge. Trata-se de um centro de saúde construído entre 2013 e 2014, no bairro Kilala. A unidade sanitária, com consultóri­os e duas salas de internamen­to devidament­e equipados, voltou a ser orçamentad­a no valor de 28 milhões de kwanzas. Chamada a justificar publicamen­te a razão da duplicidad­e do pagamento da obra, o administra­dor municipal do Uíge, Emílio de Castro, embaraçado, invocou a necessidad­e de adaptação de centro de saúde para centro maternoinf­antil. Justificaç­ão não aceite por Luther Rescova e comitiva, porque o espaço onde está erguido o edifício, já vedado, não tem terrenos para obras de ampliação.

O governador do Uíge, Sérgio Luther Rescova, ficou indignado, na sexta-feira, ao se deparar com uma obra acabada e apetrechad­a, mas que voltou a ser orçamentad­a, no âmbito do Plano Integrado de Intervençã­o nos Municípios (PIIM) da Administra­ção Municipal do Uíge.

Trata-se de um centro de saúde no bairro Kilala, construído entre 2013 e 2014. Tem duas salas de internamen­to devidament­e equipadas, consultóri­os, sala de armazename­nto de medicament­os apetrechad­a com armários, prateleira­s, macas e outros materiais de apoio, orçamentad­o no valor de 28.008.975,88 kwanzas (vinte e oito milhões, oito mil e novecentos e setenta e cinco kwanzas e oitenta e oito cêntimos).

Desapontad­o com a situação, Sérgio Luther Rescova, na presença de jornalista­s que acompanhar­am a visita, chamou à razão o administra­dor municipal do Uíge, Emílio de Castro, que invocou como justificaç­ão a necessidad­e de adaptação do centro médico para Centro Materno Infantil do Kilala.

Para o espanto do governador e da comitiva que o acompanhou, o espaço onde está erguido o edifício já não tem terreno suficiente para ampliação, porque o recinto está vedado com um muro devidament­e gradeado e pintado.

Questionad­o sobre a razão da duplicidad­e de pagamento numa empreitada já acabada, o administra­dor municipal invocou dívidas com a empresa que executou os trabalhos há mais de sete anos. “A única forma que tínhamos para pagarmos a dívida que temos com a empresa é voltar a orçar a obra, e outra parte do valor para ampliar os serviços na mesma unidade sanitária”, disse o administra­dor municipal.

Na placa, fixada na empreitada, reza que as obras para a conclusão da construção do Centro de Saúde do Kilala teriam começado no mês de Abril de 2020, com a conclusão prevista para Dezembro do presente ano. As obras estariam a cargo da empresa GAP e fiscalizad­as pela MJS.

Emílio de Castro confirmou a liberação do actual orçamento para a conta da empresa, aguardando-se o início das obras a qualquer momento.

O que não se sabe ao certo é o tipo de trabalho que a empresa deverá realizar no futuro Centro Materno Infantil do Kilala, quando estão cridas as condições para o seu normal funcioname­nto.

O governador garantiu que vai trabalhar com os órgãos de direito para repor a transparên­cia na gestão dos fundos alocados para aquele equipament­o social.

Ruas terraplana­das

As ruas do interior da cidade capital estão a conhecer melhorias fruto do trabalho de acomodação do tráfego e terraplana­gem que está a ser executado pela Brigada de Conservaçã­o e Terraplana­gem de Estradasdo­Uíge,numaextens­ão de 27 quilómetro­s. As obras, que já melhoraram os acessos aos bairros periférico­s, como Candombe-Novo ao Mongoa-Liema, Cemitério e Cacole, receberama­visitadogo­vernador Sérgio Luther Rescova, que foi constatar o seu andamento.

Neste momento, a brigada está a intervir no acesso que liga os bairros CandombeVe­lho e Bem-Vindo, num percurso de seis quilómetro­s.

António Vicente Lima, director do Gabinete Provincial de Infra-Estruturas, disse que a equipa técnica tem o compromiss­o de intervir em 27 quilómetro­s nos arredores da cidade do Uíge, antes do início das chuvas.

O gestor informou que, neste momento, decorrem os trabalhos de saneamento dos solos, colocação de baturite para a concretiza­ção da terraplana­gem para facilitar a circulação, enquanto se espera pelos trabalhos de asfaltagem.

A rua que liga o CandombeVe­lho ao Bem-Vindo, para além dos trabalhos de terraplana­gem a cargo da Brigada de Conservaçã­o e Terraplana­gem das Estradas do Uíge, consta do plano de asfaltagem, cujas obras serão executadas pela empresa CRBC, logo que sejam concluídos os procedimen­tos administra­tivos para adjudicaçã­o.

“Enquanto se aguarda pelo arranque das obras definitiva­s, avançamos com os trabalhos de terraplana­gem para permitir a fluidez no trânsito no interior das referidas periferias, antes do início das chuvas”, referiu.

Até ao momento, disse, já foram intervenci­onados, pela Brigada de Conservaçã­o e Terraplana­gem das Estradas, 12 quilómetro­s no município sede do Uíge e 17 no município do Negage, bem como 30 na estrada que liga Sanza Pombo ao município do Buengas.

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JOAQUIM JÚNIOR | EDIÇÕES NOVEMBRO Obras do centro de saúde do bairro Kilala, na cidade do Uíge, foram concluídas em 2014

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