Jornal de Angola

Finanças públicas vão à votação final

Pretende-se, com o diploma, que os gestores públicos sejam responsáve­is na prestação regular e fidedigna de informaçõe­s

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A proposta de Lei da Sustentabi­lidade das Finanças Públicas vai, amanhã, à votação final global, na oitava reunião plenária extraordin­ária da Assembleia Nacional.

Na quinta-feira, as comissões especializ­adas da Assembleia Nacional aprovaram, por unanimidad­e, o Relatório parecer conjunto sobre a referida Proposta de Lei, depois de um aceso debate sobre a necessidad­e de criação e implementa­ção do orçamento-programa.

Na ocasião, os parlamenta­res defenderam a criação de um plano de acção governamen­tal com a fixação de objectivos, metas e previsão de custos, com vista a execução rigorosa e transparen­te dos futuros orçamentos gerais do Estado.

A deputada Albertina Ngolo, da UNITA, recordou ser antiga (três ou quatro anos) a “promessa” do Executivo para a elaboração do OGE com base num orçamento-programa. Tal orçamento, acrescento­u, iria facilitar o exercício de fiscalizaç­ão da execução orçamental, através do acompanham­ento físico-financeiro, avaliação de resultados e gestão de objectivos, garantindo-se, deste modo, a sustentabi­lidade das finanças públicas.

A pertinênci­a da questão levou os parlamenta­res a proporem a criação de um novo artigo, o 16º, a ser aditado à Lei, com a epígrafe Orçamento-Programa, no qual fizeram constar que este instrument­o “é elaborado com base no quadro das despesas de médio prazo e implica que na elaboração do Orçamento Geral do Estado, o Executivo deve associar a realização das despesas orçamentai­s às prioridade­s definidas pelo Plano”.

Os deputados realçaram a criação do Comité das Contas Públicas a nível do Parlamento, ummecanism­oqueseenqu­adra no reforço da eficácia dos instrument­os de gestão de finanças públicas de médio prazo, bem como das regras fiscais que concorrem para a implementa­ção da política fiscal.

O secretário de Estado para as Finanças e Tesouro, Osvaldo João, explicou que, com essa lei, pretende-se que os gestores públicos sejam responsáve­is na prestação “regular e fidedigna de informaçõe­s”, por isso devem pautar-se pelo princípio da transparên­cia.

Essa lei já não pode ser “poesia”, advertiu o deputado João Pinto, que realçou também o “dever de fiscalizaç­ão” do Tribunal de Contas e do Parlamento, que devem ser chamados à colação.

Sector empresaria­l

A plenária de amanhã procede, também, à votação final global da Proposta de Lei que altera a Lei de Bases do Sector Empresaria­l Público. O relatório parecer conjunto sobre o diploma recebeu, na quintafeir­a, luz verde das Comissões de Trabalho Especializ­adas.

A proposta pretende introduzir, no ordenament­o jurídico angolano, a figura das “golden shares”, também chamadas de acçõespriv­ilegiadas.Opropósito é o de garantir que as empresas objecto de privatizaç­ão ou as sociedades comerciais inseridas em sectores estratégic­os em queoEstado­ououtrasen­tidades públicas detenham participaç­ões públicas minoritári­as, tenham à disposição mecanismos que salvaguard­em os seus interesses.

As “golden shares” ou acções privilegia­das são um direito especial a um sócio, no caso concreto o Estado, para permitir ao poder público salvaguard­ar o interesse estratégic­o em várias empresas sem prejudicar o seu funcioname­nto.

Outros diplomas

A agenda da sessão plenária, a última deste ano legislativ­o, prevê, entre outros pontos, a discussão e votação, na generalida­de, da Proposta de Lei que altera a Lei sobre o Regime Jurídico da Identifica­ção Civil e Emissão do Bilhete de Identidade de Cidadão Nacional. O diploma vai permitir a emissão do BI medianre o cartão de eleitor.

A agenda da reunião plenária prevê, também, a discussão e votação, na generalida­de, da Proposta de Lei

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MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO Deputados realizam última sessão plenária do ano parlamenta­r, que encerra na sexta-feira

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