Ministério Público pede 4 anos de prisão efectiva
O Ministério Público argelino pediu, ontem, quatro anos de prisão efectiva para o jornalista independente Khaled Drareni, um símbolo do combate pela liberdade de expressão na Argélia, e dois co-acusados, no início do processo em Argel.
De acordo com fonte judicial, citada pela agência noticiosa AFP, o procurador do tribunal de Sidi M'hamed pediu quatro anos de prisão efectiva e uma pesada pena dirigida aos três acusados, e ainda a privação dos direitos cívicos. “É preocupante e chocante! O procuradoria-geral da República pediu quatro anos de prisão efectiva contra o nosso correspondente na Argélia”, protestou, num tweetter, a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que apelou à sua absolvição imediata. Drareni, 40 anos, dirige o 'site' informativo digital Casbah Tribune e trabalha como correspondente na Argélia da cadeia televisiva francesa TV5Monde e dos RSF, uma Organização Não Governamental (ONG).
O jornalista foi acusado por “incitamento a uma concentração não armada e atentado àintegridadedoterritórionacional”,apósterefectuadoacobertura jornalística no início de Março,emArgel,deumamanifestaçãodo‘Hirak’,omovimento de constestação popular contra o Governo que durante mais de um ano desafiou o poder, até à sua recente suspensão devido à pandemia da Covid-19.
O jornalista é julgado por videoconferência desde o centro penitenciário de Kolea, perto de Argel, onde permanece em prisão preventiva desde 29 de Março.