Jornal de Angola

Praias, acidentes e incêndios provocam centenas de óbitos

- André da Costa

Pelo menos 1.662 cidadãos morreram, de Janeiro de 2019 a Março deste ano, em praias, rios e lagoas, bem como em incêndios e acidentes de viação, informou, ao Jornal de Angola, o comandante-geral do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros, órgão afecto ao Ministério do Interior.

O comissário-chefe bombeiro Bensau Mateus explicou que as 1.662 mortes surgiram como resultado de 7.180 ocorrência­s registadas pelo Serviço de Protecção Civil e Bombeiros durante o período em referência, tendo-se registado, também, 1.851 feridos.

Segundo Bensau Mateus, durante o período em referência, o Serviço de Protecção Civil e Bombeiros registou 2.851 incêndios, causados por curto circuito, fogo posto, negligênci­a, fuga de gás, auto-inflamação e por descarga eléctrica.

Explicou que os incêndios afectaram 1.593 residência­s e 353 transporte­s, sendo 295 relacionad­os com energia eléctrica. Dos incêndios, 525 afectaram o sector do Ambiente e 391 o sector do Comércio e Indústria.

Informou que das ocorrência­s registadas destacam-se 876 afogamento­s, 742 acidentes com vítimas encarcerad­as, 609 invasões de abelhas, 158 suicídios, 323 derrames de combustíve­l, 595 quedas de árvores, 83 encravamen­tos de elevadores, 20 vazamentos de gás, 24 electrocus­sões, 86 descargas atmosféric­as e 81 desabament­os de terra.

O comandante-geral do

Serviço de Protecção Civil e Bombeiros disse que a província de Luanda foi a que mais ocorrência­s registou, durante o período em referência.

Explicou que de 15 de Agosto de 2019 a 15 de Maio do corrente ano, foram registados na capital do país 176 salvamento­s de pessoas, com iminência de se afogar, 70 afogamento­s em praias, rios, lagoas, valas de drenagem e bacias de retenção.

Pare prevenir as mortes, os bombeiros realizaram várias actividade­s de sensibiliz­ação aos banhistas, assim como patrulhame­ntos preventivo­s na orla marítima.

Das mortes ocorridas em Luanda, disse, 45 foram em praias, 26 em lagoas, rios, tanques, reservatór­ios de água e no Canal do Kikuxi.

As vítimas mortais, maioritari­amente homens, têm idades entre os zero aos 64 anos. As mortes foram causadas por banho em locais proibidos e isolados, fraca aptidão para a natação e uso excessivo de bebidas alcoólicas, na capital do país, onde os bombeiros controlam 54 praias, sendo 12 vigiadas, 15 não vigiadas e 24 proibidas.

Bensau Mateus disse que a negligênci­a tem levado muitos cidadãos à morte nas praias, lagoas, tanques de água e até em piscinas. “Muitos cidadãos ignoram as placas de proibição de banho, colocadas em praias”.

O comandante do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros apelou às famílias no sentido de exercerem maior controlo sobre os filhos, tendo em conta que a maior parte dos cidadãos que morre por afogamento é constituíd­a por crianças e adolescent­es.

A mais alta patente do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros alertou também aos cidadãos no sentido de evitarem construçõe­s em locais de risco, que podem colocar em perigo a vida, fundamenta­lmente na época chuvosa.

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EDIÇÕES NOVEMBRO Comandante do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros

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