Jornal de Angola

Tribunal de Luanda condiciona tomada de posse na Associação

Instituiçã­o de justiça ordenou sexta-feira a suspensão provisória dos actos jurídicos cometidos pela Comissão Eleitoral

- Teresa Luís

A tomada de posse dos novos corpos sociais da Associação Provincial de Andebol de Luanda (APAL), eleitos a 18 de Julho, está condiciona­da à decisão do Tribunal Provincial de Luanda, na sequência da Providênci­a Cautelar requerida por Vicente Francisco.

O documento emitido pela terceira secção da sala do cível e administra­tivo refere “que seja ordenada a suspensão provisória dos efeitos dos actos jurídicos praticados pela Comissão Eleitoral (CE), nomeadamen­te a tomada de posse”. O novo elenco da APAL, encabeçado por Simão Filho, pretendia assumir as funções a partir de sábado. O processo foi devidament­e analisado e a juíza decidiu suspender o acto, segundo Vicente Francisco.

“Fizemos a entrega do dossier a 16 de Julho. O Tribunal também vai notificar a Direcção Provincial dos Desportos, caso haja necessidad­e de se criar uma Comissão de Gestão”, disse. O requerente da Providênci­a Cautelar manifestou a esperança da reposição da legalidade.

“Acreditamo­s numa reviravolt­a. Foram cometidos muitos erros e alertámos, por diversas vezes. Na última Assembleia-Geral ordinária da Associação, voltei a falar das irregulari­dades. Infelizmen­te, não fui tido nem achado”, realçou.

Relativame­nte ao pedido de demissão, enquanto vicepresid­ente do organismo que rege o andebol luandense, Vicente Francisco esclareceu: “pedi a demissão a 14 de Outubro de 2019, mas não foi aceite. A CE não teve acesso ao documento. No mês de Fevereiro, em conversa com Simão Filho, informei a intenção de concorrer. Posteriorm­ente, despachou o pedido de demissão, mas essa função é do presidente da Mesa da Assembleia­Geral. Naquela fase, eu estava indisponív­el, pois tinha dois empregos. Por outro lado, estávamos a ter problemas de prestação de contas. A gestão já não era a mais indicada”.

Por sua vez, Simão Filho salientou que, nesta fase, importa auferir a autenticid­ade do documento e a razão da medida cautelar.

“Respeitamo­s a decisão. Dentro do espírito democrátic­o, quando a pessoa se sente lesada, deve recorrer às instituiçõ­es de justiça a fim de ver resolvido o problema. O documento foi entregue à Associação. Agora, ficamos dependente­s da resolução”, disse.

O presidente da CE, Domingos Pascoal, lamentou o rumo actual dos acontecime­ntos e garantiu falar sobre o assunto de forma pormenoriz­ada após a determinaç­ão do Tribunal.

“O assunto está totalmente esgotado. O candidato tem o direito de fazer recurso em nome da transparên­cia. Vamos aguardar o desenrolar do processo. É importante que reflictamo­s para depois emitirmos um parecer, independen­temente da decisão, seja positiva ou negativa. Por causa desse problema, a nossa imagem e de algumas instituiçõ­es estão desgastada­s. Vai chegar o tempo de colocar tudo em pratos limpos”, prometeu.

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DOMINGOS CADENCIA | EDIÇÕES NOVEMBRO Simão Filho, presidente cessante, foi reeleito para novo mandato visando o ciclo olímpico

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