A SADC e a crise económica mundial
Os Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) vão reunir-se na próxima sexta-feira, por videoconferência, para abordar o impacto sócio-económico da pandemia da Covid-19 naquela organização, que tem mais de vinte anos de existência. A SADC, uma organização regional respeitada no mundo, foi criada em 1992 para se constituir num motor de crescimento e desenvolvimento sócio-económico dos países membros, na perspectiva de combater a pobreza e assegurar aos povos da região uma melhor qualidade de vida, por via de projectos comuns sustentáveis. Uma questão que pode vir a estar no centro dos debates da cimeira da SADC tem a ver com o financiamento de projectos diversos que interessam a todos os países membros da organização, sendo de prever que os Chefes de Estado e de Governo venham a estabelecer prioridades, em consequência da pandemia da Covid-19, que está a afectar negativamente as economias em todo o mundo. A SADC actua num mundo globalizado, com os seus problemas globais, e está, por isso, a sentir também o impacto negativo da pandemia na economia mundial, pelo que terá, inevitavelmente, de ajustar os seus projectos ao actual contexto de crise. A recessão económica provocou a contracção do crédito por parte de países desenvolvidos e de organizações internacionais que tradicionalmente eram fonte de financiamentos de projectos de desenvolvimento em África. Resta saber que estratégia a SADC está disposta a seguir, nas condições actuais da economia mundial, em que se assiste à paralisação de importantes sectores produtivos em várias partes do mundo. Sendo uma organização de países a enfrentar também graves problemas económicos e sociais, por causa da COVID-19, os seus membros terão de optar por uma maior solidariedade entre si e eventualmente pôr em marcha negociações com os seus tradicionais parceiros, para conseguirem financiamentos para projectos prioritários. Perante tantas dificuldades económicas, os países da SADC devem procurar encontrar principalmente soluções regionais, nestes tempos em que não é fácil a obtenção de fundos para grandes projectos económicos e sociais, em virtude dos condicionamentos causados pela pandemia da COVID-19 e que levam muitos países desenvolvidos a priorizar os seus problemas internos derivados da crise económica e sanitária.