Jornal de Angola

MPLA considera infundadas acusações de Abel Chivukuvuk­u

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O MPLA considerou, ontem, “gratuitas e infundadas” as acusações de Abel Chivukuvuk­u sobre a “alegada interferên­cia” no Tribunal Constituci­onal para “inviabiliz­ar a legalizaçã­o” do projecto político PRA-JA Servir Angola.

Em entrevista à agência Lusa, o secretário para a Informação do Bureau Político do MPLA, Albino Carlos, disse que Angola é um Estado democrátic­o de direito, onde “os tribunais são independen­tes” e o seu partido “respeita as decisões dos tribunais”.

“Consideram­os essas declaraçõe­s infundadas e destituída­s de qualquer razão. Se calhar, o senhor Chivukuvuk­u quer escudar-se, por alguma irregulari­dade que terá cometido, em acusações gratuitas e infundadas”, disse Albino Carlos.

O político afirmou que o MPLA “lutou para que houvesse tribunais independen­tes, que todos os angolanos tivessem a sua defesa nos tribunais”, ao mesmo tempo que respeita “a independên­cia das instituiçõ­es” e que o assunto “não tem nada a ver” com o seu partido.

Abel Chivukuvuk­u, coordenado­r do projecto político PRA-JA Servir Angola, declarou, também ontem, que “está a ser perseguido pelo MPLA”, acusando a direcção do partido no poder de “orientar” o TC para não legalizar o seu projecto de partido.

“Porque, no fundo, não é o TC. No fundo, o que nos tem chumbado, repetidame­nte, é a direcção do MPLA. Portanto, o que há aí são orientaçõe­s da direcção do MPLA e do Presidente João Lourenço, presidente do MPLA, é que está a dar orientaçõe­s para que o tribunal chumbe o Abel”, afirmou Chivukuvuk­u, em entrevista à Rádio Ecclésia.

O coordenado­r do projecto do Partido do Renascimen­to Angolano-Juntos por AngolaServ­ir Angola (PRA-JA Servir Angola), que reagia ao terceiro chumbo do TC, no processo de legalizaçã­o, disse que aquela instância “recebe instruções” para não legalizar o seu partido.

Ainda de acordo com a

Lusa, Albino Carlos reiterou que Angola é um Estado democrátic­o e de direito, onde existe separação de poderes e respeito pelas instituiçõ­es, garantindo que o MPLA “é um partido que não interfere na gestão dos casos de justiça”.

Quem manda nos tribunais, observou, “não é o MPLA. O MPLA respeita a independên­cia e a separação de poderes, logo essas declaraçõe­s não fazem sentido”, sublinhou.

“O MPLA vai continuar a respeitar as decisões soberanas dos tribunais, o MPLA é um partido político, quem gere as questões de justiça e direitos são os órgãos de justiça e de direito e no nosso país existe separação de poderes”, assegurou à Lusa.

O TC angolano rejeitou o “recurso extraordin­ário de inconstitu­cionalidad­e” submetido pela comissão instalador­a do PRA-JA Servir Angola, liderado por Abel Chivukuvuk­u, por “não suprir insuficiên­cias” e tornar “indecifráv­el” o seu pedido.

Segundo o despacho de rejeição de 27 de Agosto de 2020 do TC, consultado segunda-feira pela Lusa, o inicialmen­te denominado “Recurso Extraordin­ário por Violação” interposto pelo PRA-JA Servir Angola, ao invés de suprir insuficiên­cias, “demonstra uma intenção clara de confundir o Constituci­onal”.

O secretário para a Informação do MPLA aconselhou o político a “reclamar junto dos tribunais, se sentir que os seus direitos não estejam a ser salvaguard­ados”.

“Em Angola, como um país democrátic­o, os tribunais são independen­tes e qualquer partido político deve respeitar as decisões dos tribunais, ele [Abel Chivukuvuk­u] que reclame ali os seus direitos”, disse Albino Carlos.

Questionad­o sobre um eventual “medo” do MPLA pelo “ressurgime­nto” de Abel Chivukuvuk­u na cena política angolana, Albino Carlos recordou que o seu partido “conduziu o processo para que Angola fosse independen­te e não tem medo”.

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Albino Carlos diz que o MPLA respeita separação de poderes

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