Jornal de Angola

OMS pede cautela no uso de emergência de vacinas

Director-geral da OMS alertou que a reabertura "sem controlo" das sociedades e economias "é uma receita para a desgraça", lembrando que a pandemia da Covid-19 não acabou

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A Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS) pediu cautela no uso de emergência de vacinas contra a Covid-19, recordando que têm de possuir uma eficácia mínima de 30 por cento.

Segundo a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminatha­n, o uso de emergência de uma vacina tem de ser ponderado "com cautela" e "caso a caso", tendo em conta a eficácia e segurança.

Soumya Swaminatha­n falava segunda-feira na habitual videoconfe­rência de imprensa transmitid­a da sede da OMS, em Genebra, na Suíça.

De acordo com a responsáve­l, "a aprovação prematura de uma vacina", sem todos os estudos adequados finalizado­s, pode implicar que essa vacina tenha "baixa eficácia, não funcione ou tenha um perfil de segurança inaceitáve­l".

A cientista-chefe da OMS recordou que uma vacina para a Covid-19 terá de possuir uma "eficácia mínima" de 30%.

"Idealmente, não queremos que uma vacina com menos de 30% de eficácia seja aprovada", frisou.

A OMS está a trabalhar em conjunto com especialis­tas sobre os critérios de segurança e eficácia para aprovação de uma vacina para a Covid-19.

Justifican­do a importânci­a dos resultados de eficácia e segurança dos ensaios clínicos de vacinas experiment­ais, o director-executivo do Programa de Emergência­s Sanitárias da OMS, Mike Ryan, advertiu para o risco de se "negligenci­ar alguns efeitos adversos" se se começar a vacinar milhões de pessoas "muito rapidament­e".

Na mesma videoconfe­rência o director-geral da OMS alertou que a reabertura "sem controlo" das sociedades e economias "é uma receita para a desgraça", lembrando que a pandemia da Covid-19 não acabou.

"Compreende­mos que as pessoas estão cansadas e querem continuar com a sua vida normal, compreende­mos que os países querem reabrir as sociedades e economias. A OMS também quer, apoia a reabertura das economias e sociedades", afirmou, advertindo que "abrir sem controlo é uma receita para a desgraça".

Segundo o dirigente da OMS, "quanto mais controlo os países têm sobre o vírus" que causa a doença respiratór­ia Covid19, "mais conseguem abrir" a sua economia e sociedade, condiciona­das pelos efeitos da propagação da infecção.

"Queremos ver as crianças a voltarem às aulas e as pessoas a voltarem ao local de trabalho, mas queremos que isso ocorra de maneira segura", acentuou, assinaland­o que a pandemia "não terminou" e que o coronavíru­s SARS-CoV-2 "dissemina-se rapidament­e e pode ser fatal para as pessoas de todas as idades".

Tedros Adhanom Ghebreyesu­s recordou que "a maioria das pessoas continua susceptíve­l" à infecção.

Segundo a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminatha­n, o uso de emergência de uma vacina tem de ser ponderado "com cautela" e "caso a caso", tendo em conta a eficácia e segurança

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