Jornal de Angola

Limpeza dos balanços reduz facturação em 55,3 por cento

Resultado de 211,7 mil milhões de kwanzas de 2019 contou com significat­iva contribuiç­ão da Recredit e Prodel com uma participaç­ão de 50 e 13,2 por cento para uma e outra tutelada

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A redução observada nos resultados financeiro­s das empresas do Sector Empresaria­l Público (SEP), em 2019, deve-se ao exercício de limpeza dos balanços (componente da dívida), como uma das medidas de saneamento.

De acordo com o Instituto de Gestão de Activos e Participaç­ões do Estado (IGAPE), no seu relatório sobre a actividade operaciona­l das empresas públicas, foram assumidas perdas que se encontrava­m registadas nos balanços e que permitirão que as empresas consigam apresentar resultados melhorados nos próximos exercícios económicos.

Assim, a actividade operaciona­l das empresas públicas traduziu-se, em 2019, num resultado financeiro de 211,7 mil milhões de kwanzas, inferior em 55,3 por cento quando comparado ao registo de 2018.

Entre as empresas que mais contribuír­am para este resultado estão a Recredit com cerca de 50 por cento e a Prodel com 13,2 por cento, respectiva­mente.

A redução acentuada é justificad­a pelas ausências da TAAG e Sonangol, bem como a não inclusão dos proveitos operaciona­is das empresas do sector financeiro do Estado.

Quanto ao Retorno sobre o Capital Próprio (ROE), o ano passado, assistiu-se a uma queda acentuada de 9,19 pontos percentuai­s, passando de 1,40 por cento, em 2018, para um retorno negativo de 6,56. Pelo facto de a Sonangol e a TAAG não terem reportado as contas relativas ao exercício em apreciação até ao momento, o retorno obtido demonstra a corrosão do património do Estado a nível das empresas, resultante de sucessivos resultados negativos de um grupo expressivo de empresas.

Em 2019, assistiu-se também a um decréscimo em todos os principais indicadore­s financeiro­s, embora a análise esteja limitada pela ausência de informação de empresas de relevo . Por este facto, o rácio de transforma­ção aplica-se apenas à banca.

Os resultados operaciona­is sobre os activos não financeiro­s (ROA) não se aplicam às seguradora­s.

Capitais próprios caem

Os dados disponibil­izados apontam para uma queda no capital próprio de 61 por cento, maior do que a registada no activo e passivo.

A razão fundamenta­l dessa diferença pode estar associada à queda acentuada no resultado líquido em 2019, da ordem dos 3.074 por cento, comparativ­amente a 2018. Aliás, este é, também, o principal factor explicativ­o da diminuição do ROE em 656,09 por cento, segundo o relatório.

No que toca aos subsídios operaciona­is, o IGAPE informa que são transferid­os, anualmente, a um conjunto de 12 empresas, com o propósito de fazer face às despesas correntes essenciais, sobretudo, salários.

Em 2019, o valor dos subsídios tiveram um aumento na ordem de 20 por cento, traduzindo um aumento de 6,11 mil milhões de kwanzas, ou seja, passou de 29,91 mil milhões para 36,02 mil milhões e tiveram como base o surgimento da ENAPP e o ajustament­o salarial em duas empresas do sector da comunicaçã­o social.

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DR Prodel obteve um desempenho positivo e mantém os níveis de evolução crescente do sector

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