Jornal de Angola

Nações Unidas prolongam sanções por mais um ano

Reunido na noite de segunda-feira, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou, por unanimidad­e, o prolongame­nto por mais um ano das sanções ao Mali

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As Nações Unidas adoptaram, segunda-feira à noite, uma resolução que prolonga as sanções ao Mali por um ano, anunciou, ontem, o Conselho de Segurança, com 15 votos a favor dos Estados-membros, noticiou a Lusa.

Aprovadas por unanimidad­e, as sanções ao Mali, que prevêem proibições de viagens e o congelamen­to de bens a indivíduos e entidades ligados a violações do acordo de paz e ataques armados, foram renovadas até 31 de Agosto de 2021.

Na resolução 2541 de 2020, agora aprovada, o Conselho de Segurança declara que quer continuar atento e a discutir as “potenciais implicaçõe­s dos desenvolvi­mentos recentes na implementa­ção do Acordo de Paz”, em referência ao golpe militar de 18 de Agosto, que classifico­u de “motim”.

Desta forma, as Nações Unidas ordenam que os 193 Estados-membros “adoptem as medidas necessária­s para prevenir a entrada ou trânsito nos seus território­s e congelem sem demora todos os fundos ou recursos económicos nos seus território­s” dos indivíduos ou entidades do Mali que ameaçam a paz, violam os Direitos Humanos, ou impedem a implementa­ção do Acordo de Paz e Reconcilia­ção, assinado em 2015.

O documento também visa indivíduos ou entidades que recrutam crianças para os grupos armados e os que obstruem a entrega ou o acesso de assistênci­a humanitári­a ao Mali. A resolução prolonga, também, o mandato do painel de especialis­tas da ONU sobre o Mali, até 30 de Setembro do próximo ano.

Em 19 de Agosto, a ONU emitiu um comunicado que condenou o golpe de Estado realizado um dia antes, pela Junta Militar, classifica­ndo o sucedido de “motim”.

Em vigor desde 2017

As sanções da ONU ao Mali foram criadas e aprovadas pela primeira vez em 2017 e renovadas todos os anos. Na resolução de 2019, o Conselho de Segurança deixou por escrito que existe “um sentido significat­ivo de impaciênci­a com as partes sobre os atrasos persistent­es na implementa­ção completa de disposiçõe­s do Acordo de Paz” e que a “situação no Mali continua a constituir uma ameaça à paz e segurança internacio­nal na região.

O grupo deixa claro que só vai remover algumas sanções “se os indivíduos designados cessarem todas as actividade­s ilícitas, incluindo as listadas nesta declaração”, mas não reconhece “progresso suficiente e meritório da consideraç­ão”.

Em 20 de Agosto, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) fechou as fronteiras com o Mali e adoptou um embargo comercial parcial - no qual estavam excluídos produtos essenciais, como medicament­os, petróleo e electricid­ade.

Oito dias depois, a CEDEAO anunciou ter chegado a um acordo para o levantamen­to gradual das sanções extraordin­árias. Independen­te da França desde 1960, o Mali viveu, em 18 de Agosto, o quarto golpe militar na história, depois dos episódios ocorridos em 1968, 1991 e em 2012. A Junta Militar libertou o exPresiden­te Ibrahim Boubacar Keita na passada quinta-feira.

Além da CEDEAO e da União Africana, a acção militar foi rejeitada, também, pela Organizaçã­o das Nações Unidas (ONU) e pela União Europeia (UE). Antigo Primeiro-Ministro (1994-2000), Ibrahim Boubacar Keita, 75 anos, foi eleito Chefe de Estado em 2013 e renovou o mandato de cinco anos em 2018.

As Nações Unidas ordenam que os Estados-membros adoptem medidas necessária­s para prevenir a entrada nos seus território­s de recursos de indivíduos que ameaçam a paz

Pela quarta vez, o país voltou a sofrer mais um golpe de Estado orquestrad­o por uma Junta Militar

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