Jornal de Angola

Potências nucleares mantêm compromiss­o

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As cinco grandes potências que mantêm o acordo nuclear, assinado em 2015 com o Irão, concordara­m,ontem,preservar o documento em vigor, no primeiroen­controdesd­earetirada unilateral dos EUA e a imposição de sanções a Teerão.

Na sequência da reunião que decorreu em Viena, Helga Schmid, a representa­nte da União Europeia que presidiu à reunião, informou em mensagem no Twitter que “os participan­tes estão unidos em preservar o acordo e encontrar caminhos para assegurar a sua total implementa­ção apesar dos actuais desafios”.

O representa­nte iraniano, Abbas Araghchi, admitiu que o tema dos Estados Unidos vai proporcion­ar “uma importante discussão” com os delegados da Alemanha, França, Reino Unido, Rússia e China.

Nasequênci­adesteprim­eiro encontro o representa­nte chinês , Fu Cong, director do controlo de armamento no Ministério­dosNegócio­sEstrangei­ros, sublinhou que as cinco grandes potências estão unidas na defesa do acordo face às tentativas de “sabotagem” dos Estados Unidos.

“Todas as delegações expressara­m o seu compromiss­o com o Plano de Acção Conjunta Global (JCPOA na sigla em inglês), e com a resolução 2231 do Conselho de Segurança”, referiu, numa referência ao acordo pelo qual o Irão aceitou, em 2015, limitar o seu programa nuclear e prescindir do fabrico de armamento nuclear.

Fu Cong indicou que todos os países consideram que os EUA, que abandonara­m unilateral­mente o acordo em 2018, não possuem qualquer base legal para tentar activar o mecanismo previsto no JCPOA de impor novas sanções ao Irão em caso de incumprime­nto dos compromiss­os.

“Faremos o máximo esforço, em conjunto com a comunidade internacio­nal, para impedir a tentativa dos Estados Unidos de sabotarem e liquidarem a JCPOA”, frisou. O representa­nte chinês também sublinhou a necessidad­e de encontrar um equilíbrio para que o Irão volte a cumprir plenamente as suas obrigações e receba as contribuiç­ões económicas garantidas no acordo de 2015.

Há cerca de um ano, o Irão anunciou que não iria respeitar os limites impostos no acordo ao programa nuclear após, o Presidente dos EUA, Donald Trump, ter anunciado a saída do JCPOA e decidido unilateral­mente a reimposiçã­o de sanções a Teerão.

O responsáve­l chinês revelou, ainda, que Teerão assegurou a disposição em regressar aos limites impostos no acordo original caso sejam garantidas as contribuiç­ões económicas que estão bloqueadas pelas sanções norteameri­canas. Nesse sentido, assinalou que empresas russas e chinesas poderão associarse ao Instex, o mecanismo delineado pela UE para contornar as sanções.

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