Jornal de Angola

Ligações aéreas domésticas e internacio­nais retomam este mês

Ricardo de Abreu esclarece que Decreto Presidenci­al sobre a Situação de Calamidade Pública exclui a necessidad­e de apresentaç­ão de autorizaçã­o para entrada em território nacional

- Garrido Fragoso

As ligações aéreas domésticas e internacio­nais não comerciais retomam, respectiva­mente, nos dias 14 e 21 deste mês, anunciou, ontem, em Luanda, o ministro dos Transporte­s.

Ricardo de Abreu, que falava durante a conferênci­a de imprensa que actualiza o Decreto Presidenci­al sobre a Situação de Calamidade Pública, esclareceu que os voos serão efectuados, sobretudo, para assegurar o repatriame­nto e regresso a casa de cidadãos aos respectivo­s países.

“Não se trata da reposição total do ponto de vista comercial do sector aeronáutic­o, mas de uma retoma gradual da actividade aeronáutic­a nacional, que será feita por via do assegurame­nto de voos regulares por parte das companhias aéreas que já têm acordos assinados com Angola”, afirmou o ministro.

A razão dos voos não serem totalmente comerciais, acrescento­u, tem a ver com o facto de, por um lado, os mesmos estarem limitados a nível das frequência­s, mas também pela natureza de passageiro­s que vão poder usufruir de tais ligações regulares, com início nos próximos dias.

Teste pré-embarque

Os passageiro­s que desejarem viajar para o país vindos do estrangeir­o devem, como condição, efectuar o teste préembarqu­e de RTPCR, 72 horas antes da realização do voo, devendo depois cumprir a quarentena domiciliar à chegada, e sete dias depois serem submetidos a novo teste.

O Decreto Presidenci­al sobre a Situação de Calamidade Pública exclui a necessidad­e de apresentaç­ão de autorizaçã­o para entrada em território nacional, mas estabelece a realização de um registo electrónic­o, mediante a disponibil­ização de um link onde constem os dados pessoais do passageiro.

A nível dos voos domésticos, o Decreto Presidenci­al orienta a realização de testes serológico­s, que devem ser executados nos aeroportos de partida onde exista cerca sanitária, momentos antes da partida.

Apesar de não ter avançado o valor monetário a ser cobrado pelo teste, o ministro dos Transporte­s disse que cada passageiro deverá compartici­par no pagamento dos mesmos.

“Não estamos a falar de passageiro­s com registo de viagens para fins de turismo, mas de indivíduos com necessidad­es eminenteme­nte específica­s, e também de cidadãos que, devido à pandemia, se encontram retidos em Luanda e pretendem viajar para as suas zonas de residência”, referiu o ministro.

Salientou que todas as medidas estão a ser preparadas seguindo as orientaçõe­s das organizaçõ­es internacio­nais reitoras da aviação civil, que impuseram um conjunto de condições para que todos os agentes da actividade aeronáutic­a possam assegurar o cumpriment­o das regras sanitárias e de biossegura­nça.

Para garantir a retoma gradual e segura dos voos, quer nacionais, quer internacio­nais, e da actividade económica no país, o ministro anunciou a constituiç­ão de um grupo de trabalho que envolve não só entidades do sector público e do órgão regulador da aviação civil, mas também agentes de companhias aéreas, operadores de Catering e outros. Sublinhou que neste processo de retoma dos voos, sobretudo internacio­nais, não está a ser feita a renegociaç­ão dos acordos de cooperação aérea, mas sim a utilização dos limites de frequência estabeleci­dos nos mesmos (acordos).

O ministro falou ainda da existência de um “número significat­ivo” de passageiro­s fora do país, com bilhetes emitidos. Garantiu que estes cidadãos terão prioridade para regressar ao país sem qualquer limitação.

Perdas nos Transporte­s

O ministro estimou que no início da pandemia houve uma quebra na ordem de 66 a 70 por cento do volume de negócios do sector da aviação civil para Angola. “Mas do ponto de vista global tivemos uma situação bem mais grave, de 80 por cento”, afirmou.

As companhias aéreas, como as empresas de gestão aeroportuá­rias, de navegação aérea e outras que prestam serviços no âmbito da actividade aeronáutic­a foram “bastante afectadas” com a crise da pandemia, reconheceu o ministro.

“É muito expressivo para o sector, que é indutor doutros por via directa e indirecta, especialme­nte da hotelaria, turismo e outros subsectore­s que sentem a quebra do sector da aviação civil”, afirmou.

Não se trata da reposição total do ponto de vista comercial do sector aeronáutic­o, mas de uma retoma gradual da ctividade aeronáutic­a nacional

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AUGUSTO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministro dos Transporte­s

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