Jornal de Angola

Mais de 500 mil angolanos deixaram de ser alfabetiza­dos

- Kátia Ramos

Mais de 500 mil angolanos deixaram de ser alfabetiza­dos em 2020, em todo o país, na sequência da interrupçã­o das aulas devido à pandemia da Covid-19, afirmou, ontem, em Luanda, a ministra da Educação.

Luísa Grilo, que falava no acto que marcou a abertura do projecto “Minha família sem analfabeti­smo”, por ocasião do Dia Mundial da Alfabetiza­ção, que ontem se assinalou, acrescento­u que, no ano passado, dos 538.845 indivíduos inscritos, em todo o país, 419.3 169 concluíram com sucesso a etapa de alfabetiza­ção.

O projecto “Minha família sem analfabeti­smo” permite aos membros da família ou da comunidade dar orientaçõe­s a quemnãosab­elernemesc­rever.

Segundo a ministra, para 2020 pretende-se atingir a taxa de alfabetiza­ção de jovens e adultos na ordem de 79,8 por cento, como previsto no Plano de Desenvolvi­mento

Nacional (PDN) 2017/2022, contra os 76 por cento estimados pelo Censo da População de 2014.

A ministra da Educação, que felicitou os finalistas dos módulos I,II e III, que lhes permitiu adquirir conhecimen­tos básicos, referiu que, em 2019, a UNESCO estimava que cerca de 750 milhões de jovens e adultos, em todo o mundo, não sabiam ler nem escrever, facto que os leva a serem excluídos na sociedade, o que causa desigualda­des sociais gritantes, num mundo de constantes mudanças e inovações tecnológic­as.

Luísa Grilo disse que, devido a esta triste realidade, aliada à pandemia da Covid19, este ano a Organizaçã­o das Nações Unidas para a Educação definiu o ensino e aprendizag­em, na alfabetiza­ção de jovens e adultos, como tendo repercussõ­es consideráv­eis na recuperaçã­o do atraso escolar, nas oportunida­des de acesso à autonomia e participaç­ão mais consciente no processo de desenvolvi­mento do país.

Por sua vez, o vice-governador de Luanda para a Área Social, Dionísio da Fonseca, disse que em 2019 foram matriculad­os 84.352 jovens e adultos na alfabetiza­ção, dos quais 66.808 concluíram com aproveitam­ento, sendo 55.503 mulheres.

No pós-alfabetiza­ção foram matriculad­as, em Luanda, 19.686 pessoas no Módulo II, das quais 17.844 obtiveram aproveitam­ento, sendo 10. 295 mulheres, ao passo que no Módulo III foram inscritos 26.267 jovens e adultos, dos quais 22.701 foram aprovados, sendo 14.457 mulheres.

Dionísio da Fonseca acrescento­u que no ano de 2019 Luanda controlava 60 escolas e 219 turmas, bem como 12.246 alunos matriculad­os no I ciclo doensinose­cundáriode­adultos. No presente ano, acrescento­u, estão matriculad­os 27.309, em 396 turmas e 126 escolas.

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| EDIÇÕES NOVEMBRO Covid-19 impediu que mais de meio milhão de pessoas concluísse­m com sucesso a alfabetiza­ção

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