Portugal cria “task-force” para dar resposta a doentes sem Covid-19
O Ministério da Saúde de Portugal anunciou ontem a criação de uma ‘task-force’ para dar resposta aos doentes sem Covid-19, uma medida que faz parte do Plano de Saúde para o Outono-Inverno.
A ‘task-force’, segundo o plano publicado no portal do Serviço Nacional de Saúde, funcionará na dependência do Ministério da Saúde e baseiase na resposta maximizada dos cuidados primários de saúde, com atendimento presencial, não-presencial e domiciliário, bem como nas respostas de proximidade, incluindo dispensa de medicamentos”.
Relativamente à pandemia da Covid-19, o plano prevê um reforço da resposta em saúde pública, especialmente em situações de surtos; adapta as actuais áreas dedicadas à Covid-19 em áreas dedicadas aos doentes respiratórios e dos circuitos de internamento hospitalar para diferentes fases da resposta.
O Plano de Saúde para o Outono-Inverno 2020-21, que foi apresentado ontem pelo secretário de Estado adjunto da Saúde, António Lacerda Sales, na conferência de imprensa sobre a Covid19, “visa dar resposta não só à pandemia, mas a todas as necessidades em matéria de saúde da população”.
Segundo o documento, a constituição da ‘task-force’ de resposta “não-Covid-19”, constituída por elementos de cada Administração Regional de Saúde, será um “importante contributo para os desafios identificados para o OutonoInverno, designadamente e na resposta assistencial, nivelando a discussão com as estruturas e medidas implementadas para a resposta à pandemia”. Esta estrutura irá definir e assegurar a execução de um plano de contingência para a adaptação da actividade programada “não-Covid-19”, segundo “critérios clínicos, de qualidade e segurança, e de gestão eficiente, adaptáveis a nível local”. Assim, irá definir “critérios de selecção dos utentes cujo seguimento possa ser assegurado, pelo menos parcialmente, por teleconsulta e telemonitorização”. A capacidade de resposta aos cuidados primários de saúde para a resposta “á Covid-19” é maximizada através “da consagração de períodos” dedicados ao atendimento presencial e não presencial.
O Plano de Saúde para o OutonoInverno 2020-21, que foi apresentado ontem pelo secretário de Estado Adjunto da Saúde, António Lacerda Sales, na conferência de imprensa sobre a Covid-19
Por outro lado, devem continuar a ser asseguradas as actividades relacionadas com a vigilância de doentes crónicos, os rastreios oncológicos, os rastreios da visão, os programas de saúde materna, infantil, vacinação, planeamento familiar, saúde oral, bem como todas as outras actividades essenciais.
A resposta hospitalar “nãoCovid-19” também “é fundamental para assegurar o acesso a cuidados de saúde de qualidade e diminuir a morbimortalidade em Portugal”, sendo que no actual contexto “necessita de ser dinâmica, flexível e capaz de uma rápida adaptação em função da evolução epidemiológica a nível nacional, regional e local”.
Para o efeito, deve ser criado “um plano de contingência para a resposta hospitalar, coordenado a nível regional pelas ARS, e que permita a transição, se necessário, de uma fase de coexistência da resposta não-Covid-19 e Covid-19, para “uma fase de redistribuição de recursos e infra-estruturas para outros serviços ou unidades dedicadas à resposta Covid-19”.