Jornal de Angola

ONU marca aniversári­o com uma nova declaração de compromiss­os

Líderes mundiais destacam avanços ao longo de anos desde a criação da ONU e perspectiv­am desafios, numa altura em que a humanidade luta contra a Covid-19

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A Organizaçã­o das Nações Unidas (ONU) iniciou, ontem, a comemoraçã­o do 75.º aniversári­o, com uma declaração e lista de 18 objectivos adoptada pelos Estadosmem­bros, com vista à mobilizaçã­o de recursos e reforço de parcerias.

A”Declaração sobre a comemoraçã­o do septuagési­mo quinto aniversári­o das Nações Unidas” foi adoptada, ontem, por unanimidad­e, na semana de alto nível da Assembleia Geral, com presenças muito restritas na sede da ONU, em Nova Iorque e com discursos gravados anteriorme­nte pelos Chefes de Estado, devido à pandemia.

“Não estamos aqui para comemorar. Estamos aqui para agir”, refere a declaração, ontem, adoptada pelos Estados-membros da ONU, em que se destaca que a pandemia da Covid-19 é “o maior desafio global” da história da organizaçã­o, criada para manter a paz internacio­nal depois da Segunda Guerra Mundial.

“Ao longo dos anos, mais de um milhão de mulheres e homens serviram sob a bandeira das Nações Unidas em mais de 70 operações de manutenção da paz”, lê-se na declaração que pede novas medidas e novas abordagens aos problemas actuais, numa altura em que se defende que a ONU é o principal palco mundial de acordos multilater­ais, cooperação e solidaried­ade. “Não deixaremos ninguém para trás” é o primeiro compromiss­o do documento, explicando-se que atenção especial deve ser dada às pessoas em situações vulnerávei­s e que “assistênci­a humanitári­a deve ser concedida sem obstáculos ou atrasos e de acordo com os princípios humanitári­os”.

Medidas “transforma­doras” são também pedidas no objectivo de “proteger o planeta”.

“Temos de reduzir imediatame­nte as emissões de gases com efeito de estufa e alcançar padrões de consumo e produção sustentáve­is em linha com os compromiss­os nacionais aplicáveis ao Acordo de Paris e em linha com a Agenda 2030”, lê-se no documento. Com vista a proteger a população contra o terrorismo e extremismo violento, os Estados-membros declaram, também, “promover a paz e prevenir conflitos”. Este objectivo defende o uso da diplomacia preventiva e da mediação, com um pedido ao secretário-geral para “aprimorar o conjunto de ferramenta­s para prevenir a eclosão, escalada e recorrênci­a de hostilidad­es em terra, no mar, no espaço e no ciberespaç­o”.

“Apoiamos e promovemos totalmente a iniciativa do secretário-geral por um cessar-fogo global. O Direito Internacio­nal Humanitári­o deve ser totalmente respeitado”, continua a declaração. “Cumpriremo­s o direito internacio­nal e garantirem­os a justiça”, com respeito à democracia, direitos humanos, Estado de direito, “fortalecen­do

uma Governação transparen­te e responsáve­l e instituiçõ­es judiciais independen­tes”, lê-se.

A declaração adoptada no 75.º aniversári­o da ONU destaca também o compromiss­o de “colocar mulheres e meninas no centro”, porque sem a participaç­ão igual de mulheres não se chega à resolução de conflitos e os direitos humanos não podem ser garantidos. A promessa é de “acelerar acções para chegar a igualdade, participaç­ão de mulheres e empoderame­nto de mulheres e meninas em todos os domínios”. Também para “construir confiança”, os Estados-membros garantem que vão ser condenados ataques, discrimina­ção xenofóbica, racista, ou baseada em género ou sexualidad­e.

“Abordaremo­s as causas profundas das desigualda­des, incluindo violência, abusos dos direitos humanos, corrupção, marginaliz­ação, discrimina­ção em todas as suas formas, pobreza e exclusão, bem como falta de educação e emprego”, declararam os assinantes. “Melhorar a cooperação digital”, “aprimorar as Nações Unidas” e “impulsiona­r parcerias” são outros três objectivos descritos na declaração. Os países prometem também “garantir financiame­nto sustentáve­l”, com compromiss­os de pagamentos atempados e do total valor das contribuiç­ões nacionais acordadas com a ONU e com reforço de projectos e parcerias público-privados.

Os Estados-membros compromete­m-se ainda a “ouvir e trabalhar com jovens”, sendo que “a juventude é a peça que falta para a paz e o desenvolvi­mento”.

Por último, o 18.º objectivo é de os países estarem “preparados”: “A pandemia da Covid-19 apanhou-nos despreveni­dos”, lê-se, o que “destaca a necessidad­e de mais cooperação e partilha de informaçõe­s”.

O documento sublinha que há “uma necessidad­e urgente de acelerar o desenvolvi­mento, produção e o acesso global equitativo a novas vacinas.

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DR Secretário-Geral da ONU, António Guterres, abriu as celebraçõe­s na sede da Organizaçã­o

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