Jornal de Angola

Justiniano Araújo assume candidatur­a à presidênci­a

Antigo ciclista quer transforma­r as mais de quatro décadas de experiênci­a em combustíve­l para impulsiona­r a modalidade

- Honorato Silva

As mais de quatro décadas dedicadas aos pedais inspiram Justiniano Araújo a concorrer à presidênci­a da Federação Angolana de Ciclismo (FACI), depois de no último quadriénio ter liderado a área Desportiva, no elenco encabeçado por Cremilde Rangel.

Preocupado com o silêncio registado na estrutura federativa, quanto à prestação de contas e o início do processo eleitoral, referente ao ciclo olímpico 2020/24, o antigo campeão nacional assume o desafio de conduzir os destinos da modalidade.

“Confirmo que sou précandida­to à presidênci­a da Federação. Para tal, conto com uma equipa formada 80 por cento por pessoas ligadas ao ciclismo. Vários antigos dirigentes federativo­s e de associaçõe­s, bem como sete ciclistas com créditos firmados em Angola. Fomos buscar pessoas que querem puxar a modalidade para frente”, garantiu.

Como vice-presidente Desportivo, Justiniano estranha o silêncio da líder cessante. “Tínhamos uma reunião agendada para terça-feira passada, mas em cima da hora chegou a comunicaçã­o do secretário-geral interino, a informar que a presidente tinha ido a uma reunião com a ministra da Juventude e Desportos. Temos de fazer a prestação de contas. Estamos a avançar para o final de Setembro e não vejo nenhum passo dado pela minha presidente. É preciso aproveitar o bom momento da modalidade”.

Bom desempenho

O mandato de Cremilde Rangel, sucessora de Diógenes de Oliveira, merece nota positiva do agora aspirante à liderança da FACI, que realça a realização das provas nacionais e a presença nos eventos internacio­nais.

“Gosto da honestidad­e. Conseguimo­s cumprir em 95 por cento o programa do nosso mandato. Na minha área, a Desportiva, fizemos 100 por cento. Realizámos todos os campeonato­s nacionais. Fomos aos Jogos Pan-Africanos, em Marrocos, o que já não conseguíam­os há muitos anos. A presidente participou no congresso da União Ciclista Internacio­nal (UCI) e no Mundial de ciclismo, em 2018, na Áustria. Mas muita coisa foi feita graças à visibilida­de do vice-presidente”.

Questionad­o sobre as razões da aposta na mudança, quando o balanço do elenco é positivo, respondeu sem rodeios:

“Também já é hora de eu me candidatar. Nas eleições passadas a lista era minha. Cedi a liderança à presidente Cremilda, por achar que ainda tinha muito a fazer na área Desportiva. Agora conto com um bom suporte, do David Ricardo, que foi vice-presidente Desportivo no mandato do doutor Diógenes. Se os associados acharem que sou a pessoa ideal para dirigir a modalidade, farei tudo para elevar o nível de cresciment­o e desenvolvi­mento. Aproveitar os patrocinad­ores, or-ganizadore­s de provas e a legião de praticante­s. Se escolherem outro candidato, não ficarei triste. Continuare­i a servir o ciclismo”.

Controlo dos cogumelos

O surgimento de clubes e associaçõe­s apenas no período eleitoral, os chamados cogumelos, não preocupa Justiniano Araújo, por acreditar no rigor da organizaçã­o do sistema desportivo, que clarifica os requisitos para se fazer parte da população votante.

“A Lei das Associaçõe­s Desportiva­s é bem clara. No outro tempo ficaria preocupado com os clubes criados apenas para votar. Agora não. Só quem realizou actividade nos últimos dois anos é que tem direito a voto. Luanda e Benguela têm sido os grandes centros de desenvolvi­mento da modalidade”.

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DOMINGOS CADÊNCIA | EDIÇÕES NOVEMBRO Actual vice-presidente desportivo acha que é chegado o momento de avançar para a liderança

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