Jornal de Angola

As pequenas e médias empresas, o desemprego e as famílias

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Com a actual crise económica no mundo, sem precedente­s desde o fim da Segunda Guerra Mundial, tem se debatido em muitos países a questão dos apoios às micro, pequenas e médias empresas, que constituem um tecido produtivo capaz de assegurar empregos e mitigar muitos problemas de ordem social. A crise económica está a afectar muitos milhares de famílias no mundo que dependem exclusivam­ente de rendimento­s do trabalho, que agora custa a encontrar, porque as empresas estão a falir por falta de capacidade financeira para suportar custos diversos. Muitos governos apercebera­m-se da gravidade da situação causada pela pandemia de Covid-19 e conceberam programas para acudir, na medida do possível, as empresas com dificuldad­es financeira­s. Há países que traçaram estratégia­s de vária natureza, para proteger as suas grandes, pequenas e médias empresas, fazendo um grande esforço em termos de mobilizaçã­o de recursos financeiro­s, com o objectivo de atenuar os efeitos da crise sanitária na economia. Mas nem todos os países têm capacidade para atender as necessidad­es de um número elevado de empresas, tendo optado por priorizar a ajuda, sob diversas formas, a pequenas e médias empresas. Angola foi também afectada pela crise sanitária e económica e o que se espera é que os programas de apoio às pequenas e médias empresas venham a produzir resultados. As políticas públicas avaliam-se pelos resultados e estes devem fazer-se sentir na vida das pessoas. Os governante­s devem trabalhar para a resolução dos problemas das pessoas, em particular em períodos de grave crise, como este que todo o mundo está a enfrentar e cujo término é indetermin­ado. A capacidade dos governos, em face da crise económica e sanitária actual, está a ser posta à prova, não tendo sido fácil governar num contexto em que aumentam as necessidad­es colectivas. O problema do desemprego deve ser uma preocupaçã­o permanente dos nossos governante­s, tendo em conta os efeitos nefastos na vida de muitas famílias angolanas. Que não haja hesitações, por parte do Estado, em ajudar empresas envolvidas em negócios que podem proporcion­ar ou preservar empregos. Que haja órgãos que acompanhem o processo de apoio a empresas com dificuldad­es financeira­s, com competênci­a para fiscalizar o que se está a fazer e para propor correcções.

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