Os estadistas, a crise mundial e a comunidade internacional
Vários Chefes de Estado têm intervindo no debate geral da 75º sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas, que decorre num momento em que o mundo enfrenta uma grave crise económica e sanitária, para a qual nenhum país estava preparado.
Os efeitos da pandemia da Covid-19 nos diferentes países são um assunto que os Chefes de Estado têm abordado nos seus discursos dirigidos à Assembleia-Geral da ONU, com apelos, de uma maneira geral, à unidade da comunidade internacional, que hoje precisa de actuar concertadamente e de forma multilateral para fazer face simultaneamente a problemas de ordem económica e sanitária.
O multilateralismo nas relações internacionais foi tema dominante de vários discursos na ONU, o que se compreende, tendo em conta a grave situação económica e sanitária por que passam vários povos do mundo, de países pobres e ricos.
António Guterres, Secretário-Geral da ONU, insistiu em esforços colectivos dos países para se enfrentar os novos desafios, tendo apelado para que as potências económicas colocassem de parte as suas desavenças e se concentrassem na luta pela construção de um mundo melhor, em que as relações entre os Estados privilegiassem a cooperação e não promovessem a divisão.
Os problemas por que passam os povos do mundo justificam a adopção por parte das potências económicas de políticas construtivas, que vão em resolução de problemas como os conflitos armados que ainda existem em várias partes do mundo.
Como afirmou António Guterres, "agora é hora de um novo impulso colectivo para a paz e a reconciliação. Apelo a um esforço internacional intensificado liderado pelo Conselho de Segurança para alcançar um cessar-fogo global até ao final deste ano".
Vivemos tempos em que os lideres políticos se devem convencer de que só juntos podemos superar os graves problemas do mundo. Que esses líderes, que dirigem Estados, tomem consciência de que vivemos num mundo em que precisamos uns dos outros e em que temos de avançar unidos para a criação de uma comunidade mundial em que todos os seres humanos possam viver livres de guerras e com dignidade. Há hoje em várias regiões do mundo problemas de ordem humanitária, a que os estadistas não devem estar indiferentes. É importante que os Estados estejam disponíveis para atacar os principais problemas mundiais, sobretudo aqueles que afectam a vida de milhões de pessoas, e que se podem agravar com a pandemia da Covid-19.