Fenómeno exige seriedade na abordagem
Atenta ao fenómeno, a chefe do Serviço Provincial do Instituto Nacional da Criança (INAC), na Lunda-Norte, pede às famílias e outras instituições para que encarem a nova realidade com a seriedade que se impõe.
Madalena Alentejo apontou a pobreza, acusação de práticas de feitiçaria, fuga à pensão de alimentos por conta da separação dos progenitores e abandono familiar como principais causas que deixam os menores em situação de desamparo.
Madalena Alentejo indicou que também há registo de crianças oriundas da RDC em situação migratória ilegal. Muitas delas, esclareceu, entram no território na LundaNorte pelas mãos dos adultos, sobretudo no período da quadra festiva e acabam submetidas à actividade comercial na zona envolvente ao posto fronteiriço.
“A exploração em acções comerciais nas fronteiras tem sido a principal causa do abandono das crianças da República Democrática do Congo nas ruas do Dundo e nos municípios diamantíferos”, afirmou.
Ao INAC, segundo Madalena Alentejo, chegam também queixas contra marginais que, aproveitando-se das fragilidades das crianças, usamnas em acções criminosas, nomeadamente assaltos às residências e estabelecimentos comerciais, levando muitas a estar em permanente conflito com a lei.
“Até ao mês de Julho, tivemos nove casos de crianças em conflito com a lei. Estiveram em audiência no julgado de menores, mas por falta de centro de acolhimento e comissão tutelar foram devolvidas à comunidade. Contudo, existe o risco de voltarem a cometer crimes”, disse.