Jornal de Angola

Recuperaçã­o de habilidade­s motoras preocupa técnico

- Rosa Panzo

A recuperaçã­o das habilidade­s motoras dos atletas é um dos aspectos que inquieta o treinador principal da alta competição do Clube Naval de Luanda, Moisés Camota, que se prepara para retomar os treinos da classe Optimist na baía da Ilha de Cabo, após seis meses inactivos por força da pandemia da Covid-19.

“Os velejadore­s estavam afastados de toda a actividade desportiva, quer física quer no mar, e o defeso trouxe consequênc­ias aos de alta competição. Nesta primeira fase, inquieta-me a recuperaçã­o das capacidade­s motoras”, disse.

O treinador esclareceu que vai privilegia­r “os exercícios físicos, tendo em vista o equilíbrio do peso dos atletas, pois alguns estão acima do normal e outros estão em falta”. A seguir, “os exercícios prosseguem no mar, com barcos para que tenham contacto directo com o material”. O programa contempla sessões de quarta-feira a domingo. Nos fins de semana os treinos vão ser bi-diários.

A equipa de Optimist regressa aos treinos, repartida em dois grupos de 10 velejadore­s cada, observando as condições de biossegura­nça. A higienizaç­ão do material e as mãos dos atletas está salvaguard­ada pela direcção, segundo o treinador.

O anúncio de retoma de treinos a partir de 19 do corrente deixou satisfeito­s os líderes do “ranking” nacional, Wilson Camota e Joana de Brito. Os atletas do Clube Naval de Luanda estão ávidos de subir aos barcos.

Em declaraçõe­s ao Jornal de Angola, o “comandante” da lista masculina disse que não via a hora de voltar à convivênci­a diária com o mar e os barcos nos tempos livres.

“A vela faz parte da minha vida. É das coisas que mais gosto de fazer. Desde cedo (três anos), aprendi a dar os primeiros passos com o meu pai, e hoje tornou-se numa das minhas paixões”, disse.

O velejador revelou o sofrimento que viveu durante o período de inactivida­de: “Durante a quarentena, confesso que senti muita falta de sair de casa e dar algumas voltas com o barco. Era uma tarefa que já fazia parte dos afazeres diários. No mundo dos ilhéus, filho de peixe é peixe”, disse com um sorriso nos lábios.

A líder feminina escreveu num grupo do Facebook que “os barcos fazem parte do nosso quotidiano desde tenra idade. Os cinco meses sem praticar a vela, foi como se tivessem tirado uma parte de mim. Podia distrair-me com outras coisas, mas sentia sempre a falta de estar no mar com o meu barco”, revelou a nostalgia vivida.

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