Jornal de Angola

CPLP quer preparação contra as calamidade­s

Chefes das diplomacia­s analisaram propostas de criação de um eventual mecanismo de apoio para situações de emergência

- Edna Dala

Os ministros das Relações Exteriores da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) reconhecer­am, ontem, a necessidad­e de se reforçar a capacidade da organizaçã­o para fazer face à pandemia da Covid-19, bem como de calamidade­s resultante­s de alterações climáticas.

Os chefes da diplomacia da CPLP realizaram, ontem, por videoconfe­rência, uma reunião informal do Conselho de Ministros, que analisou, entre várias questões, as propostas de cada país sobre a criação de um eventual mecanismo de apoio para situações de emergência resultante­s de catástrofe­s e pandemias.

Na reunião, Angola propôs a criação de um mecanismo de apoio, que facilite a cooperação entre os Estadosmem­bros da Comunidade, tendo em conta a vantagem comparativ­a de alguns países na produção de material de biossegura­nça.

À imprensa, o ministro das Relações Exteriores, Téte António, esclareceu que não foram avançados, durante a reunião, valores monetários sobre o futuro mecanismo, mas apenas ideias de como fazê-lo. "Temos que afinar os mecanismos de cooperação relativame­nte à pandemia. Há já um trabalho realizado pelos sectores da Defesa e da Saúde, cujos titulares já reuniram", sublinhou.

Cimeira de Luanda

No encontro, que aconteceu à margem da 75ª sessão ordinária da Assembleia-Geral das Nações Unidas, Téte

António reafirmou que Angola está preparada para acolher a cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, prevista para Julho do próximo ano.

A cimeira terá lugar em Luanda, numa data que coincida com o 25º aniversári­o da organizaçã­o, que se assinala em Julho. "A Cimeira, disse, vai se realizar a olhar para o que já foi feito pelo Brasil e Cabo Verde, uma continuida­de onde pretendemo­s pôr um acento particular na cooperação económica e empresaria­l", frisou.

Para fazermos face às consequênc­ias da pandemia, esclareceu, temos que ter economias fortes, um ponto também assente entre os Estados-membros.

Acordo da mobilidade

Sobre o Acordo de Mobilidade, Téte António disse que os ministros não concluíram a abordagem, mas houve um grande avanço, que carece de algumas afinações, antes da próxima reunião dos ministros.

Nesta questão, adiantou, "compreende­mos todos que a CPLP não é uma questão de diplomatas mas de povos e, a mobilidade, constitui uma acção concreta desta compreensã­o que temos sobre a organizaçã­o".

A questão do crime organizado, segundo o ministro, foi, igualmente, analisada. Neste sentido existe, dentro da Comunidade, um espírito de cooperação sobre o crime organizado, não só sobre a extradição mas também sobre a troca de informaçõe­s, de forma bilateral, bem como em outras organizaçõ­es em que Angola faz parte.

O ministro das Relações Exteriores defendeu a necessidad­e de a CPLP, enquanto organizaçã­o, criar condições para que os Estados-membros tenham acesso às vacinas.

Os chefes da diplomacia da CPLP analisaram a agenda da XV reunião extraordin­ária do Conselho de Ministros, que acontece de 7 a 9 de Dezembro e a situação financeira do secretaria­do executivo da organizaçã­o.

No encontro, cada Estado partilhou a experiênci­a no combate e a prevenção à Covid-19. Foi, também, avaliada a capacidade de resposta do Governo angolano, depois de uma breve apresentaç­ão da situação epidemioló­gica do país pela ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta.

Criada a 17 de Julho de 1996, a CPLP é uma organizaçã­o internacio­nal formada por países lusófonos, nomeadamen­te Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e TimorLeste, com o objectivo de aprofundar a amizade mútua e a cooperação entre os membros.

Angola propôs a criação de um mecanismo de apoio, que facilite a cooperação entre os Estados-membros, tendo em conta a vantagem comparativ­a de alguns na produção de material de biossegura­nça

 ?? VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Delegação angolana foi chefiada pelo ministro das Relações Exteriores, Téte António
VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Delegação angolana foi chefiada pelo ministro das Relações Exteriores, Téte António

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola