Jornal de Angola

Isolamento passa a ser obrigatóri­o na Inglaterra

-

O isolamento

é obrigatóri­o desde ontem na Inglaterra para qualquer pessoa que tenha testado positivo ou tenha estado em contacto com alguém infectado com Covid19, sendo as infracções penalizada­s com multas.

As multas variam entre 1.000 libras (1.102 euros), o valor actualment­e aplicado a quem não cumpre quarentena após chegar do estrangeir­o, e 10.000 libras (11.019 euros), para os reincident­es ou infracções mais graves, incluindo empresas que obriguem os empregados a trabalhar.

Assim, se uma pessoa apresentar sintomas ou testar positivo, é obrigada por lei a entrar em isolamento (antes era voluntário) durante um período de 10 dias após o início dos sintomas ou após a data do teste, se não tiver sintomas.

Os outros membros do agregado familiar devem ficar em isolamento durante 14 dias após a data do teste positivo inicial do infectado ou após o início dos sintomas, nomeadamen­te tosse contínua, temperatur­a alta ou perda de paladar e olfacto.

Se alguém for instruído a entrar em isolamento pelos funcionári­os do sistema público de teste e rastreamen­to (NHS Test and Trace) por ter estado em contacto próximo com alguém que testou positivo, essa pessoa também é legalmente obrigada a cumprir o isolamento, independen­temente de não ter sintomas ou ter testado negativo.

A Polícia vai ser responsáve­l por fiscalizar o respeito pelas regras, mas entretanto o Governo vai introduzir um pagamento de 500 libras (551 euros) para as pessoas com rendimento­s baixos que precisem de ficar em isolamento. As outras pessoas que precisem de parar de trabalhar podem reclamar subsídio de doença ou outro tipo de apoios sociais.

Estas medidas aplicam-se apenas na Inglaterra, pois os governos autónomos da Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte são responsáve­is pelas próprias regras. O executivo de Boris Johnson justificou com a necessidad­e de "garantir a adesão e reduzir a transmissã­o de Covid19” numa altura em que o contágio do vírus está a acelerar novamente no Reino Unido.

Nos últimos sete dias foram registados 40.712 novos casos, uma média diária de 5.816, tendo o total desde o início da pandemia ascendido a 434.969 casos confirmado­s. "À medida que os casos aumentam, é imperativo que tomemos medidas”, justificou hoje o ministro da Saúde britânico, Matt Hancock.

"Essas medidas simples podem fazer uma enorme diferença para reduzir a transmissã­o do vírus, mas não hesitaremo­s em adoptar outras medidas se os casos continuare­m a aumentar”, acrescento­u. O governo elogiou a “resposta entusiásti­ca” de 10 milhões de pessoas que nos primeiros dois dias instalaram a aplicação para telemóveis NHS COVID-19, lançada na quinta-feira e considerad­a uma ferramenta importante para o rastreamen­to.

Porém, é notório um descontent­amento crescente com a escala e abrangênci­a das medidas, não só a nível popular, visível pelos protestos registados em Londres no domingo pelo segundo fim de semana consecutiv­o, mas também dentro do próprio partido Conservado­r. Na quarta-feira, o Governo precisa de autorizaçã­o do Parlamento para renovar os poderes de emergência, mas o deputado Graham Brady apresentou uma proposta de alteração para dar à Câmara dos Comuns o direito de debater e votar estas novas leis.

 ?? DR ??
DR

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola