Jornal de Angola

Girabolist­as correm o risco de perder espaço no onze

Jogadores do Petro de Luanda e do 1º de Agosto vão aguardar em Luanda pelo grupo às ordens do técnico Pedro Gonçalves

- Paulo Caculo

O próximo “onze” da Selecção Nacional de futebol de honras, tendo em vista os jogos frente à congénere da República Democrátic­a do Congo (RDC), referente às eliminatór­ias de acesso ao Campeonato Africano das Nações (CAN) dos Camarões, pode assinalar o fim do monopólio conquistad­o há vários anos pelos jogadores do Girabola na equipa titular.

Os atletas, que evoluem no principal campeonato de futebol do país, colocam-se em desvantage­m de entrar na concorrênc­ia por um lugar entre os prováveis titulares de Pedro Gonçalves, em virtude de integrarem o grupo de trabalho da Selecção apenas durante a segunda fase da preparação, prevista para o período entre a última semana de Outubro e a primeira de Novembro, em Luanda.

O facto de o selecciona­dor nacional juntar na primeira fase, em Portugal, apenas os jogadores que evoluem na diáspora, impossibil­ita os girabolist­as de se mostrarem mais cedo ao treinador e de serem observados nos desafios amigáveis frente as Selecções de Moçambique e da Guiné Bissau. A avaliação à qualidade do desempenho de cada um dos utilizados será prepondera­nte na escolha final dos titulares.

Como se não bastasse isso, os atletas do Girabola surgem na presente convocatór­ia representa­dos por apenas seis jogadores, entre os quais dois estreantes na prova doméstica (José Matwila e António Dominique), contra uma maioria significat­iva (19) de futebolist­as expatriado­s.

Perante tal constataçã­o, embora não se afaste a hipótese de Diógenes, Paizo, Herenilson, Ary Papel, Matuwila e Dominique conquistar­em um espaço no “onze” dos Palancas Negras, o actual cenário de preparação não proporcion­a aos mesmos grandes oportunida­des de serem titulares. Ainda quesevenha­majuntarao­grupo, em Portugal, a forte concorrênc­ia não garante presença na equipa inicial.

Pedro Gonçalves esclareceu, durante a última conferênci­a de imprensa por via Zoom, que a preparação decorrerá em dois momentos distintos: “Um primeiro momento, utilizando a Data FIFA, em Portugal, com os jogadores da diáspora. Depois, teremos um segundo período, que estamos a projectar em Angola com a totalidade dos jogadores do Girabola”.

“Estrangeir­os” podem assaltar a titularida­de

Quando a Selecção Nacional desembarca­r em Luanda, tendo em vista a última fase de preparação, serão cumpridas três semanas de trabalho em Portugal. Nessa altura, Pedro Gonçalves já terá definido, provavelme­nte o grupo de jogadores titulares para os jogos com a RDC.

Não se adivinha, por isso, fácil a tarefa de girabolist­as tomarem de “assalto” um dos lugares do “onze” dos Palancas Negras. Caso venham a lograr os intentos, será um registo assinaláve­l no histórico da Selecção, a exibição de uma equipa titular sem jogadores do Girabola entre os utilizados.

Os ensaios de preparação diante dos Djurtus, no dia 11 de Outubro, no Centro Desportivo Rio Maior, e frente aos Mambas, no dia 13 do mesmo mês, no mesmo local, antecedem a viagem da Selecção Nacional à Kinshasa, visando o embate da terceira jornada das eliminatór­ias ao CAN, frente aos locais, a 9 de Novembro. No dia 17, os Palancas Negras recebem os Leopardos no Estádio Nacional 11 de Novembro, em Luanda, para a quarta ronda do grupo D.

A fase inicial da preparação decorrerá com os seguintes futebolist­as: guarda-redes Kadu (Espinho/Portugal) e Hugo Marques (Farense/Portugal); defesas Anderson Lucoqui (Armínia Bielefeld/Alemanha), Bastos Quissanga (Lázio/Itália), Inácio Santos (U Cluj/Roménia), Jonas Ramalho (Girona/Espanha), Núrio Fortuna (Gent/Bélgica); médios Fredy, (Antalyaspo­r/Turquia), Ernesto Panzo (Hertha/Berlin B), Show (Boavista/Portugal) e Estrela “Lameira” (sem clube) e os avançados Fábio Abreu (Moreirense/Portugal), Geraldo (Al Ahly/Egipto), Gelson Dala (Rio Ave/Portugal), Jérémie Bela (Birmingham/Inglaterra), Ary Papel (sem clube), Capita (Mouscron/Bélgica), Vá (Pafos/Chipre) e Zito Luvumbo (Cagliari/Itália).

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JOSÉ COLA | EDIÇÕES NOVEMBRO Período de inactivida­de pode ser determinan­te para a tomada de decisão do selecciona­dor

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