Mulima adverte para o risco de novos casos da Covid-19
Médico reage aos resultados dos testes positivos dos jogadores convocados para os trabalhos da Selecção Nacional de futebol
O especialista em Medicina do Desporto, João Mulima, reiterou ontem a importância de as equipas nacionais submeterem os atletas a testes regulares de despiste à pandemia da Covid-19, antes das sessões de treinos colectivos, sob pena de surgirem mais casos positivos no futebol e nas demais modalidades nos próximos tempos.
O médico reagiu com apreensão à notícia dos resultados positivos aos atletas Paizo, Herenilson e Ary Papel, que deviam viajar ontem para Rio Maior (Portugal), tendo em vista a integração nos trabalhos da Selecção Nacional de futebol de honras, estando com isso descartados dos trabalhos.
“Estamos a viver uma fase de pandemia e todas as equipas poderão registar casos positivos. Nenhuma está isenta de viver uma situação destas, de ter um atleta infectado, pelo facto de estarmos num período de circulação comunitária do vírus”, constatou o médico, antes de alertar os dirigentes desportivos para os perigos de colocar jogadores a treinar sem a realização de testes.
“Quando acontecem casos positivos em jogadores que cumprem trabalhos com os demais companheiros, toda a equipa deve ser isolada. Se for em competição, deve-se interromper os jogos. Nesse caso concreto, em fase de treinos, as equipas devem parar os treinos e submeter todos os atletas a testes. Aqueles que estiverem assintomáticos devem ser isolados e os com sintomas devem ser internados”, asseverou.
De acordo com o especialista, o actual modelo de trabalho adoptado pelas equipas facilita a propagação do vírus entre os atletas. Defende, por isso, a testagem regular dos jogadores e da equipa técnica ou, na melhor das hipóteses, a realização de um teste por semana, seguido de confinamento no clube.
“Na vigência do modelo de treino aberto, o risco de contágio é maior, porque os atletas fazem o teste, mas depois estão de regresso à comunidade. E, nesse caso, não faz sentido testar hoje negativo e quando voltar ao seu ambiente familiar mantêm contacto com outras pessoas. A menos que o clube tenha capacidade de fazer testes regulares, facto que não acredito venha a acontecer, sobretudo, a julgar pelos altos custos que isso implicaria”, disse.
O ideal, segundo João Mulima, é testar à chegada e colocar os jogadores em confinamento no clube, como se de uma fase de estágio se tratasse.
“Quem tem poder de decisão deve ter ponderação necessária para não submeter os atletas ao risco permanente”, acrescentou.
Jogadores com teste negativo viajaram
Hoje, às 17H00, Angola começa a preparar em Portugal os jogos particulares com a Guiné-Bissau (domingo, às 17h00, em Caldas da Rainha) e Moçambique (dia 13, às 17h30, em Rio Maior), visando o desafio frente à República Democrática do Congo (RDC), referente às eliminatórias de qualificação ao Campeonato Africano das Nações (CAN), nos Camarões´2022.
Seguiram viagem os atletas Diógenes, António Dominique e Jó Matuwila. Nelson Nascimento (chefe de delagação) , Daniel Muemba (técnico de guarda-redes), Mauro Gonçalves (preparador físico), Agostinho Ventura (médico), Felisberto Direito (fisioterapeuta), Pedro Quifucussa (seccionsita), Francisco Franco (segurança) e Jorge Macaia (director-adjunto das TIC's da FAF).
Pedro Gonçalves, seleccionador nacional, convocou os seguintes jogadores: Kadu, António Dominique e Hugo Marques (guarda-redes), Anderson Lucoqui, Bastos, Diógenes, Inácio Santos, Jonas Ramalho, José Matuwila e Paizo (defesas), Fredy, Ernesto Panzo, Herenilson, Show e Estrela “Lameira” (médios), Fábio Abreu, Geraldo, Gelson Dala, Jerémie Bela, Ary Papel, Capita, Vá e Zito. Luvumbo (avançados).