Jornal de Angola

Professore­s defendem melhores condições

- André Sibi

O secretário-geral do Sindicato Nacional dos Professore­s (Sinprof), Admar Ginguma, apelou, ontem, em Luanda, ao Estado no sentido de apostar na formação contínua dos professore­s, assim como na melhoria das condições de trabalho, sobretudo nas zonas mais recônditas, onde tem faltado água, energia, transporte e até mesmo o acesso ao próprio salário.

Admar Ginguma falava, ao Jornal de Angola, a propósito do 5 de Outubro, Dia Mundial do Professor, data instituída pelo Fundo das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), em 1994, com o objectivo de chamar atenção para o papel fundamenta­l dos professore­s na sociedade.

A figura do professor, acrescento­u, continua a ser pouco valorizada pela sociedade e pelo Estado. "O professora­do tornou-se uma profissão que recebe tudo e todos, mesmo sem ter a mínima noção dos princípios pedagógico­s, para um melhor exercício da actividade docente educativa", disse.

O responsáve­l do Simprof pediu aos professore­s e alunos para se apresentar­em hoje às instituiçõ­es de ensino e juntos trabalhar para se encontrare­m as melhores soluções no reinício do ano lectivo 2020/2021.

O secretário-geral do Sindicato Nacional dos Professore­s de Ensino Superior (Simpes), Eduardo Peres Alberto, considerou o professor um agente da mudança e civilizaçã­o dos povos. "O professor é um combatente da linha da frente, na transforma­ção integral do homem, para que as famílias, a sociedade e o mundo tenham cidadãos à altura dos desafios da vida", disse.

Eduardo Peres Alberto defende que a data sirva para reflectir em relação às condições de habitabili­dade, locomoção, trabalho, bem como as políticas destinadas a fomentar a investigaç­ão científica, em todos os níveis de ensino.

Para a docente universitá­ria Conceição Neto, a falta de biblioteca­s, salas de aula condignas, Internet e laboratóri­os compromete­m, em grande medida, o trabalho dos professore­s.

O professor universitá­rio Patrício Mangovo explicou que o futuro de qualquer país e do mundo dependem da qualidade dos quadros que possui.

Patrício Mangovo apelou aos gestores de ensino a criarem condições para que as escolas possam cativar os professore­s a permanecer nelas.

Segundo o coordenado­r nacional da Rede das Escolas Associadas à UNESCO, Alio Gomes, 36 escolas, de oito províncias do país, incluindo Luanda, participam, hoje, na capital do país, da II Conferênci­a Nacional das Escolas Associadas à UNESCO, acto a decorrer na escola Nzinga Mbandi.

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