Sinais de voz e de dados satisfazem utilizadores
Operadoras de telefonia Unitel e Movicel têm uma taxa média de qualidade do acesso aos serviços bastante aceitável, de acordo com um estudo do Instituto Angolano das Comunicações que abrangeu quatro localidades de Luanda
A qualidade dos serviços de voz e dados das operadoras Unitel e Movicel, em Luanda, respondem em mais de 90 por cento aos níveis de consumo dos utilizadores.
De acordo com a 1ª edição de um estudo, lançada este mês, por iniciativa do Instituto Angolano das Comunicações (INACOM), na Baixa de Luanda, por exemplo, as duas redes móveis usam a tecnologia 2G para o serviço de voz e fazem-no com qualidade de cobertura estimada em 99,6 por cento para a Unitel e 97,1 para a Movicel.
Neste ponto de Luanda, o serviço de dados, suportado pela tecnologia 3G, tem uma cobertura de sinal avaliada em 98,9 e 99,8 por cento para ambas as redes móveis.
Já para o serviço de dados "FTP Downlink Throughput", ainda na Baixa de Luanda, a tabela de velocidade divulgada no estudo do Inacom mostra uma cobertura lenta, quer de uma quer de outra, fixada nos 90,3 e 92,8 por cento, respectivamente.
Centralidade do Kilamba
A medição do nível de recepção de sinal foi também efectuada na Centralidade do Kilamba, onde o estudo estimou em 98,6 por cento a qualidade do serviço 2G de voz usado disponibilizado pela Unitel. A Movicel, por sua vez, foi apurada com uma cobertura de 99,4 por cento. Os números muito próximos do absoluto indicam que no Kilamba existem poucas zonas com dificuldade de cobertura.
Quanto ao sinal de dados (Internet), a Centralidade do Kilamba, servida com tecnologia 3G, regista uma cobertura de 96,4 por cento para a Unitel e 100 por cento para a Movicel, de acordo com os dados obtidos da monitorização do serviço.
Contudo, mesmo no Kilamba, é ainda lento os serviços de dados da tecnologia "FTP Downlink Throughput", para as redes Unitel (82,2 por cento) e Movicel (66,7 por cento). Nas conclusões apresentadas, através de tabelas na 1ª edição do estudo de avaliação da qualidade dos serviços de telefonia móvel, refere-se que em Talatona, Distrito Urbano do município de Belas, na província de Luanda, a cobertura de voz e dados, nas tecnologias 2 e 3G, ficam com taxas de 97,3 e 99,3 por cento, para a Unitel,
e 95,1 e 91,4 por cento, para a Movicel.
Também é lenta a velocidade de acesso de dados por via do serviço "FTP Downlink Throughput", reservandose a taxas de 58 por cento para a Unitel e 68,5 por cento, para a Movicel. Estes indicadores revelam a existência de desafios contínuos às operadoras, sobretudo no que diz respeito à melhoria dos respectivos serviços.
Município de Viana
Por último, o levantamento do INACOM avaliou também o município de Viana. Neste, a conclusão foi de que a operadora Unitel, nos serviços de voz (2G) e dados (FTP Downlink Throughput) cobre com qualidade a taxas de 97,6 e 89,3 por cento, sendo que a segunda representa a taxa de lentidão com que o serviço é disponibilizado.
A Movicel, por sua vez, ainda em Viana, opera no serviço 2G de voz com uma taxa de 90,4 por cento. A rede de dados "FTP Downlink Throughput", considerada lenta, reserva uma taxa de 89,9 por cento, segundo o levantado na maior parte da rota monitorizada.
Com o estudo, que deverá ter publicações regulares, o Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, que tutela o Instituto Angolano das Comunicações (INACOM), pretende colocar à disposição do mercado e investidores nestes e outros segmentos informação actualizada, fundamental para a tomada de decisão.
Crescimento visível
No último discurso sobre o Estado da Nação, o Presidente da República, João Lourenço, disse que os serviços de telefonia móvel em Angola registaram, no último ano, um acréscimo de 60 mil e 801 subscritores, elevando para 14 milhões, 937 mil e 350 utentes. Neste sector, estão registados seis milhões, 714 mil e 252 subscritores com acesso à Internet, o que representa um acréscimo de 74 mil e 458 subscritores.
O Presidente da República informou, igualmente, estar em curso negociações para a assinatura do contrato com a Africel, vencedora do concurso público para a atribuição do Título Global Unificado, para uma nova operadora de telefonia móvel.
A telefonia móvel em Angola arrancou no ano de 1993, com a primeira célula da rede analógica instalada pela multinacional "Motorola". Entre 2001 e 2002, o número de utilizadores de telefonia móvel celular cresceu de 20 mil para mais de 70 mil utilizadores.
O Instituto Angolano das Comunicações previa então que entre 2003 e 2004 o número de linhas móveis ligadas passasse de 90 mil para 150 mil, referindo que em países de baixa penetração da rede fixa, se torna mais rápido e económico promover o acesso ao serviço telefónico a partir de redes de telefonia móveis.
De acordo com a pesquisa, em Novembro de 2003, os clientes da Unitel eram mais de 170 mil e os da Movicel 110 mil. Um ano depois, a Movicel estimava em 400 mil, prevendo atingir os 700 mil em 2005.
Em Novembro de 2005 a Unitel tinha atingido a marca de um milhão de clientes.