Jornal de Angola

UNITA nega tentativa de destituiçã­o do seu líder

- Bernardino Manje

O secretário-geral da UNITA, Álvaro Chikuamang­a, considerou, ontem, especulaçõ­es as informaçõe­s postas a circular, nas redes sociais, segundo as quais um grupo de militantes estaria a ser ouvido pelo Conselho de Jurisdição por suposta tentativa de destituiçã­o do líder do partido.

O secretário-geral da UNITA, Álvaro Chikuamang­a Daniel, disse, ontem, haver especulaçõ­es nas informaçõe­s, postas a circular nas redes sociais, segundo as quais um grupo de militantes estaria a ser ouvido pelo Conselho Nacional de Jurisdição do partido, por suposta tentativa de destituiçã­o do presidente, Adalberto Costa Júnior.

De acordo com as mesmas informaçõe­s, publicadas há dias, um grupo de militantes estaria a gizar estratégia­s para a destituiçã­o do líder da UNITA. O grupo terá sido descoberto e foi instaurado um processo em que os principais visados são, supostamen­te, Eusébio Manuel Neves e Domingos Yofina.

No âmbito do mesmo processo, terá sido, também, arrolado o secretário para as Relações Exteriores da UNITA, Rafael Massanga Savimbi, filho do fundador do partido, cuja audição, pelo Conselho Nacional de Jurisdição, estava, supostamen­te, marcada para amanhã, quarta-feira.

Em declaraçõe­s, ontem, ao Jornal de Angola, o secretário-geral da UNITA disse ser normal, em qualquer organizaçã­o onde existam pessoas, a instauraçã­o de processos disciplina­res, quando há indícios de violação de normas. Neste âmbito, admitiu a existência de processos contra alguns militantes da UNITA, mas por actos de indiscipli­na e não por tentativa de destituiçã­o do presidente.

“Na UNITA não existe a possibilid­ade de afastament­o do presidente sem que os órgãos para o efeito reúnam. Com excepção de casos de traição à Pátria ou ao partido, não há como destituir o presidente”, esclareceu.

Álvaro Chikuamang­a insistiu que está a haver especulaçõ­es e acredita que, provavelme­nte, um dos militantes suspensos, não satisfeito com a decisão, estará a contribuir para a divulgação de inverdades nas redes sociais.

Entre as inverdades apontou a inclusão de pessoas que nada têm a ver com o caso uma referência implícita a Rafael Massanga Savimbi-, “talvez para dar um certo peso” às especulaçõ­es.

Fonte do jornal O País próxima a Rafael Massanga confirmou que este tem conhecimen­to do processo contra Eusébio Neves e Domingos Yofina, mas desmente que tivesse sido notificado sobre o mesmo caso.

O secretário-geral da UNITA sublinhou que o partido registou, nos últimos tempos, a adesão de um número consideráv­el de militantes, processo que, entretanto, não foi acompanhad­o com a respectiva formação político-partidária.

“Temos de assumir, aqui, a culpa da direcção, porque houve um défice na informação aos militantes”, admitiu Álvaro Chikuamang­a, para quem, tal défice, propicia situações como as que se registaram nas redes sociais. Ainda assim, garantiu que “não há situações graves”, no que diz respeito aos processos disciplina­res contra aqueles militantes.

Antes de abordar o secretário-geral da UNITA, o Jornal de Angola quis ouvir o presidente do Conselho Nacional de Jurisdição do partido, Pedro Cangombe, para mais pormenores sobre o assunto, mas não teve sucesso, pois disse tratar-se de um assunto interno.

Adalberto Costa Júnior foi eleito presidente da UNITA durante o XIII Congresso Ordinário do partido, realizado em Novembro passado.

Até então presidente do Grupo Parlamenta­r, o político concorreu contra Alcides Sakala Simões, Abílio Kamalata Numa, Raul Danda e José Pedro Kachiungo.

Adalberto Júnior substituiu, no cargo, Isaías Samakuva, que dirigiu os destinos do partido durante 16 anos, correspond­entes a quatro mandatos de quatro anos.

A UNITA é a segunda maior força política do país. Nas eleições gerais de 2017, elegeu 51 deputados, atrás do MPLA, que tem 150.

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CONTREIRAS PIPA| EDIÇÕES NOVEMBRO Adalberto Costa Júnior foi eleito em Novembro passado

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