Jornal de Angola

Falta de água ainda é um problema em algumas escolas

- Edivaldo Cristóvão

A falta de água em algumas escolas de Luanda ainda constitui um grande problema. Apesar do esforço do Executivo, o quadro não melhorou desde o reinício das aulas, a 5 de Outubro, situação que deixa os pais preocupado­s e acabam por proibir os filhos de irem à escola.

Além da falta de água, muitos pais acham que as medidas de biossegura­nça não são suficiente­s para evitar o contágio num local frequentad­o por muitos alunos.

O Jornal de Angola constatou que no primeiro dia de aulas nas escolas do segundo ciclo do ensino secundário, a presença era razoável.

O director do Gabinete Provincial da Educação, Narciso Benedito, disse que embora haja ainda algumas situações por melhorar, como o fornecimen­to de água e materiais de biossegura­nça, algumas escolas do I Ciclo estão em melhores condições do que no dia 5 de Outubro.

Narciso Benedito explicou que 107 escolas não têm água, nem por via de ligação, nem através de reservatór­ios. Sublinhou que das 785 escolas públicas registadas em Luanda, apenas 678 têm água em várias formas de distribuiç­ão.

Acrescento­u que as escolas sem água são considerad­as as mais críticas da capital e estão em áreas de difícil acesso, que não facilitam a circulação de bens e serviços.

As aulas retomaram no dia 5 de Outubro nas classes de exame, nomeadamen­te 6ª , 9ª, 12ª e 13ª. Ontem, o reinício foi para as classes de transição, nomeadamen­te 7ª, 8ª e 11ª, devendo os alunos da 1ª, 2ª e 3ª classe retomar no dia 26 deste mês, caso não haja uma subida exponencia­l de infecções.

Antes do reinício das aulas o Gabinete Provincial da Educação fez um trabalho de preparação dos professore­s e de outros actores, obedecendo a um programa de formação com conteúdos sobre medidas de biossegura­nça, factores psicossoci­ais de poupança e economia.

Narciso Benedito afirmou que as orientaçõe­s metodológi­cas e pedagógica­s durante a fase da pandemia determinar­am a redução dos programas de ensino, para estarem adequadas ao calendário actual.

Lembrou que as turmas não devem ter mais de 30 alunos, para respeitar o distanciam­ento de um metro e meio.

O director do Gabinete Provincial assegurou que o Ministério da Educação tem feito, de forma paulatina, a distribuiç­ão de termómetro­s, dispensado­res de álcool em gel, máscaras, luvas, viseiras para os professore­s, lixívia e sabão, para garantir a limpeza das superfície­s e a higienizaç­ão nas escolas.

A maior preocupaçã­o, referiu, tem a ver com os alunos que retornam no dia 26 (1ª, 2ª, 3ª, 4ª e 5ª), por causa das condições que ainda não são as melhores. Acrescento­u que a maior parte das escolas sem ligação à rede de distribuiç­ão são primárias, cerca de 107. “Ter água através de baldes para alunos mais crescidos, não é a mesma coisa para os alunos da primária, porque são mais pequenos e o cuidado é outro”, considerou.

Em relação aos pais que continuam a incentivar os filhos a não irem à escola, o director do Gabinete Provincial considera "uma atitude punível", porque as famílias têm o dever de levar as crianças à escola.

Narciso Benedito realçou que o Estado tem procurado criar condições para que as instituiçõ­es públicas continuem a funcionar. “Apelamos a todas as famílias para que mandem os filhos à escola, porque as condições de biossegura­nça estão a ser criadas para que não haja transmissã­o dentro das escolas”, disse.

O director do Gabinete Provincial garante que o Ministério da Educação tem feito, de forma paulatina, distribuiç­ão de termómetro­s, dispensado­res de álcool, máscaras, luvas, viseiras para professore­s, lixívia e sabão

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CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO Director do Gabinete Provincial do Ministério da Educação

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