Denunciados recentes ataques em Macomia
Pelo menos, 20 pessoas morreram, durante os mais recentes ataques de rebeldes na província de Cabo Delgado, Norte de Moçambique, segundo um levantamento do Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD), Organização Não-Governamental (ONG) moçambicana.
"Nas últimas semanas, aldeias do litoral do distrito de Macomia foram alvo de ataques terroristas, com o saldo a apontar para, pelo menos, 20 pessoas assassinadas, dezenas de casas queimadas e vários produtos roubados", refere-se no documento a que a Lusa teve ontem acesso.
Segundo o CDD, de 30 de Setembro a 8 de Outubro, "um grupo de terroristas ocupou o posto administrativo de Mucojo (na costa de Cabo Delgado) e a partir deste ponto fez várias incursões nas aldeias de Naunde, Darumba, Manica, Rueia, Goludo, Pangane, Nambo, Messano, Runho, Muituiro e na Ilha Mais".
Entre as vítimas mortais há, pelo menos, dois membros das Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas, abatidos em Pangane, um dos pontos de comércio daquela zona costeira, acrescenta-se na denúncia.
"Em Pangane, roubaram, também, barcos a motor, motores de embarcações e queimaram muitas casas. Os 'al-Shabab' (nome que lhes é dado na região) usaram cinco barcos a motor para transportar os bens roubados e seguiram em direcção a Mocímboa da Praia", contou um sobrevivente.
Mocímboa da Praia é outra vila costeira que desde Agosto está sob controlo dos insurgentes e fica a cerca de 60 quilómetros do local de implantação dos projectos de exploração de gás natural da região, o maior investimento privado em África.
Após a ocupação da vila, os rebeldes têm também lançado ataques às ilhas vizinhas, no vasto arquipélago das Quirimbas, que se estende ao longo de toda a costa de Cabo Delgado.