Música ancestral nos 45 anos da televisão pública
A Televisão Pública de Angola (TPA) aproveitou o domingo para encaixar o “Live no Kubico” nas festividade dos seus 45 anos, assinalados no mesmo dia, com mais de quatro horas de música da ancestralidade tradicional, no palco da diversidade.
Em Julho, o “Live no Kubico” foi tomado de assalto pela diversidade rítmica, após a passagem dos artistas Gabriel Tchiema e Mito Gaspar. Neste domingo, dez grupos passaram pelo “live” que arrancou com Vozes do Nâmbua e fechou com Socorro.
A TPA e a Platinaline fizeram regressar grupos que passaram em edições anteriores e alguns estreantes do projecto, transmitido no canal principal e internacional da TPA e nas páginas da Platinaline, nas quais é possivel rever os concertos anteriores.
Os Vozes do Nâmbua abriram o “live” com um curto reportório com temas como “Filho do Kilapi”, “Amiga” e “Beijo”, antevendo uma tarde de domingo muito animada. Provenientes do Bengo onde preservam e apostam nos estilos chukula, chinji, ndempe e nzungule, Vozes do Nâmbua aproveitaram mais uma vez a oportunidade para mostrar o potencial artístico da província do Bengo. Do Uige veio o grupo Desbunda, segunda atracção do concerto, que fez a estreia no “Live no Kubico”. Do seu reportório no qual apostam no estilo cassanda abriu com “Segunda Mulher”, “Ndolo”, “Beiral”, “Kilapi” e encerrou com “Tira Vergonha”.
A Banda Akapaná voltou ao palco do “Live no Kubico” e apresentou os ritmos da Huíla e Namibe, províncias que estão na base desta formação, agora residente em Luanda. Os sucessos “Kumby Ndenda” e “Elamba-ka” fecharam a performance da banda, que também interpretou “Vondjo”, “Olye Wetchitola” e “Mulher Kitandeira”.
O grupo “Kituxi e Seus Acompanhantes”, principal referência da música ancestral angolana e das formações mais internacionais, apresentou sucessos que marcam a história da música angolana feita no Marçal como: “Dingongengu Dya Mona”, “Ula Upe”, “Ditchotcholo”, “Ngitabule” e “Mu Ilumba”.
Da Lunda-Norte a Banda Mimbo trouxe a chianda, makoto e outros ritmos do leste em temas como: “LundaNorte”, “Ngombo”, “Powo Mubi”, “Txi Txi”, “Namuleleno” e “Nguimba”.
A Banda Movimento mais uma vez voltou para acompanhar outros artistas, sendo a primeira a estreante Família Chiclé, nos temas “Mama Maria”, “Toledo”, “Pequena Coisa-Yosso Ya bande”, “Mano Nelo-Velha Kia” e “Nguma Diami”. Ao som de “Buluka”, “Meu Azar”, “Manazinha”, “Uaxi ua Kilo” e “Tembeleka” os Ndengue do Kota Duro regresssaram ao palco da diversidade. O fecho da Banda da Movimento foi com o regresso no “Live no Kubico” do grupo Tunjila Tua Jokota com os sucessos: “Ámerico”, “Amor yami”, “Munele Ua Pancha”, “Lembinha” e “Mana Mena”, temas que os consolidaram num dos principais grupos deste segmento musical.
Da Kibala, Cuanza-Sul, os Kumby Lixya com Rei Mix e Capiqueno a preservarem a obra deixada por Man Kaiza nesta segunda passagem apresentaram
“Kandimba”, “Respeita a Nossa Angola”, “Mucandumba” e “Kamuzanga”.
Da vizinha província do Huambo, a segunda presença de Justino Handanga, uma das principais estrelas do planalto central, encantou com os seus principais temas como “Ndondi”, “Carlitos”, “Ndumbalundu”, “Lonamba”, “Ukai ndi Sole” e “Paulina”.
A última proposta e outro que também brilhou em edições passadas, Socorro, representando o Uige, deu o seu melhor explorando um reportório assente em “Nzila Kimbele”, “Nkundiami”, “Sengula”, “Muama” e “Kinsiona Kia Uana Nsusu”, em ritmos como belissango e kilapanga.
Depois do concerto dedicado à música de raiz angolana, o “Live no Kubico” regressa este domingo recordando os Irmãos Almeida, com Moniz de Almeida a ter como parceiro de palco Jojó Gouveia.
O “Live no Kubico” é um projecto da TPA, em parceria com a Platinaline, que visa levar solidariedade às familias angolanas, com espectáculos musicais.