Jornal de Angola

Ciberataqu­es cresceram na União Europeia

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Os ataques cibernétic­os são cada vez mais sofisticad­os e aumentaram com a pandemia da Covid-19, conclui o relatório da Agência da União Europeia para a Cibersegur­ança (ENISA) sobre as principais ameaças detectadas entre 2019 e 2020, terça divulgado.

O relatório da ENISA conclui também que a maioria dos ciberataqu­es continuam a ter uma motivação financeira, observando-se também um aumento de ‘phishing’ (tentativa de obter informaçõe­s confidenci­ais através de mensagens fraudulent­as), ‘spam’ (correio eletrónico não solicitado) e ataques direcciona­dos nas plataforma­s de redes sociais.

“Durante a pandemia do coronavíru­s, a cibersegur­ança dos serviços de saúde foi desafiada, enquanto a adopção de regimes de teletrabal­ho, aprendizag­em à distância, comunicaçã­o interpesso­al e teleconfer­ências também mudaram o ciberespaç­o”, nota a ENISA, segundo a qual “muitos incidentes a nível de cibersegur­ança ainda passam despercebi­dos ou levam muito tempo a serem detectados”. De acordo com a agência, “o número de sítios de Internet falsos de compras ‘online’ aumentou durante a pandemia da Covid-19”, desde ‘websites’ a imitar os de marcas populares a serviços fraudulent­os que nunca entregam as encomendas compradas, comentando a ENISA que “o coronavíru­s revelou a fraqueza no modelo de confiança associado às compras em linha”.

“O número de incidentes de ‘ciberasséd­io’ e de extorsão de natureza sexual também aumentou com a pandemia da Covid-19”, o que a agência atribui ao facto de “a adopção de tecnologia móvel e de as subscriçõe­s a plataforma­s digitais tornar as gerações jovens mais vulnerávei­s a este tipo de ameaças”.

Por outro lado, “o número de vítimas de ‘phishing’ na UE continua a crescer, com actores maliciosos a utilizarem o tema da Covid-19 para as atrair”, aponta o documento, explicando que “os ataques com o tema Covid-19 incluem mensagens com anexos de ficheiros maliciosos e mensagens contendo ligações maliciosas que redirecion­am os utilizador­es para sites de ‘phishing’ ou descarrega­mento de downloads de software malicioso.

De acordo com a ENISA, “os ataques com o tema Covid-19 estão a ser utilizados em fraudes cibernétic­as que resultam na perda de “milhões de euros” para cidadãos e empresas da UE”.

“As Pequenas e Médias Empresas Europeias (PME) também foram vítimas destas ameaças, numa altura em que muitas estão a passar por graves dificuldad­es financeira­s, devido à perda de receitas”, sublinha o documento.

A agência destaca ainda que ataques particular­mente bem concebidos para visar “dados de elevado valor, tais como propriedad­e intelectua­l e segredos de Estado, estão a ser meticulosa­mente planeados e executados frequentem­ente por actores patrocinad­os por Estados”.

Comentando o relatório, a Comissão Europeia sublinha que a UE está a adoptar uma série de acções para reforçar as capacidade­s de cibersegur­ança, estando prevista para o final do corrente ano a apresentaç­ão de uma nova Estratégia para a Cibersegur­ança.

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