CARTAS DOS LEITORES
Mercados céu aberto
No Mercado do Cassequel, no ponto que liga as vias de acesso à Calemba ou ao chamado “Bairro da Polícia” e a estrada que dá para o Golfe, além do “afunilamento” da zona de circulação, as vendedeiras expostas nos locais de circulação das viaturas não ajudam na fluidez do trânsito. Se existe ali um mercado, não faz qualquer sentido que as pessoas, que vendem, “se amontoem” exactamente no mesmo espaço onde é suposto circularem as viaturas. Tal como sucede noutras localidades, a proximidade da estrada com o local de venda, quer sejam de mercados municipais ou comunais, acabam por contribuir para o surgimento de pequenas zonas de vendas, todas elas inapropriadas e ilegais. Ou seja, grande parte dos mercados acabam por contribuir para o surgimento de “pequenas praças” à volta, que passam a existir como satélites daquela primeira e que acaba por transformar-se na principal alimentadoras das demais. Acho que os serviços de fiscalização deviam também redireccionar as suas atenções para esse fenómeno interessante, em que os mercados oficiais funcionam como uma espécie de fonte dos pequenos e ilegais mercados que surgem à volta no interior dos bairros. É assim nos
Kwanzas, o famoso mercado entre o bairro da Petrangol e o Cazenga, onde as artérias, as ruas e as ruelas próximas do local de venda transformaram-se também em pequenos mercados. É assim no Asa Branca, no Catinton, KM30 e em tantos outros mercados de grande dimensão, entre oficiais e ilegais, que acabam por se transformarem em cadeias alimentadoras das pequenas praças que surgem nos bairros. E essa realidade é que acaba, também, por fomentar a fuga aos locais legais e apropriados para a venda a favor da rua, da estrada e outros sítios proibidos. ROGÉRIO CORREIA Samba
Acesso às praias
Numa altura em que o acesso às praias está condicionado, por força do Decreto Presidencial, não percebo muito bem porque é que as pessoas insistem em fazer-se ao mar para tomar banho, mesmo com conhecimento da proibição. Não podemos ter um Estado em que existem pessoas, individualmente ou em grupo, que desafiem o que as autoridades impõem. A desordem, o atropelo do que as leis e as autoridades determinam não pode ser uma opção, sob nenhuma circunstância, sob pena do frágil equilíbrio em que assentam as nossas vidas e afazeres desmoronarem por culpa de todos e de cada um de nós.
Houve, em tempos, um incidente envolvendo forças policiais que tinham irrompido num restaurante adentro, onde se tinham “refugiado” pessoas que, à revelia, insistiam em fazer praia. Em vez de cumprirem com o que o Decreto Presidencial determina ou ajudarem as pessoas com reduzida compreensão, há pessoas que preferem violar a lei para depois reivindicar excessos da Polícia Nacional.
Estamos a chegar longe demais com a ideia de direitos, muitas vezes, partindo do princípio de que o seu exercício implica o afastamento dos deveres. As vidas que se perderem com a presente pandemia, além das que se já perderam, nunca mais poderão ser recuperadas. Alguma paciência, precedida pelo respeito às autoridades, deve ser um procedimento de cumprimento obrigatório, para bem de todos. SAMUEL CAMBUTA Cacuaco