Obras da Fortaleza do “Penedo” paradas
As obras de restauro e apetrechamento do museu temático da Fortaleza de São Francisco do Penedo estão paralisadas desde 2017, por falta de financiamento, informou, ontem, em Luanda, o director Nacional de Edifícios e Monumentos do Ministério da Obras Públicas e Ordenamento do Território, Filomeno da Costa Saraiva.
A empreitada que deveria terminar em Dezembro de 2018, revelou, tem como objectivo restaurar e apetrechar o espaço para o tornar “salas de visitas capazes de levar o público a uma viagem ao passado”.
O director adiantou ainda que existem razões determinantes, para a não conclusão, até agora, das obras da Fortaleza de São Francisco do Penedo, sob a responsabilidade da empresa MotaEngil Angola. Na realidade, explicou, a obra não chegou a arrancar. “O empreiteiro foi mobilizado, após um Despacho Presidencial, mas não foi feito o asseguramento dos recursos financeiros”.
Na altura, recordou, o país já estava a viver a crise financeira, que iniciou no último trimestre de 2014. Portanto, continuou, estavam a ser procuradas soluções, viáveis, para as despesas, através de empréstimos internacionais. “Infelizmente até ao momento não foi possível o enquadramento, numa linha de financiamento, para assegurar a execução da obra”, lamentou o arquitecto.
Quanto ao actual estado das obras, Filomeno da Costa Saraiva explicou que houve uma fase inicial, na qual se conseguiu executar 20 por cento do trabalho de restauro. “Porém, tudo está suspenso, inclusive todo o apetrechamento do espaço e 80 por cento dos trabalhos de construção civil”.
A pandemia
Este ano, devido a pandemia da Covid-19, as obras de restauro e apetrechamento da Fortaleza de São Francisco do Penedo voltaram a ser adiadas, embora já tenha uma linha de financiamento, através da Companhia de Seguros de Créditos (COSEC), em articulação com o Ministério das Finanças.
“Agora, o processo está adiado, por instruções do Ministério das Finanças, até o cenário económico e financeiro melhorar. A conclusão da empreitada fica assim sem data marcada”, explicou.
O contrato da empreitada da referida fortaleza, celebrado com a empresa MotaEngil Angola, no valor de 38 milhões kwanzas, adiantou, pode, também, sofrer alterações, devido à actual realidade financeira do país. “O material para a obra são, maioritariamente, importado, logo, deverá haver um ajuste no orçamento, de forma a reflectir as flutuações cambiais do momento”, esclareceu o governante.