Clássico pode ficar fora do França Ndalu
O Estádio França Ndalu corre o risco de ficar de fora do clássico do futebol angolano, entre as equipas do 1º de Agosto e do Petro de Luanda, devido à sua capacidade limitada de 20 mil lugares, caso exceda a procura e a direcção do clube terá de recorrer a outro recinto de maior dimensão.
A afirmação foi feita, ontem, ao Jornal de Angola, pela arquitecta Elizabeth Caílo, responsável pelas infra-estruturas do clube militar, confirmando que os agostinos vão jogar, na época 2020/2021, na condição de visitados na sua nova casa, com a construção iniciada em 2013, situada na Cidade Desportiva, na Avenida 21 de Janeiro, dispõe de todos os requisitos internacionais, designadamente saídas de emergência, extinção de incêndio, balneários, lojas, bilheteiras, gabinetes, enfermaria, cabines e salas de imprensa, parque de estacionamento e torres de iluminação.
“Nós queremos ter a casa cheia e não muitos lugares vagos. Quando for um jogo com uma dimensão maior de 20 mil, então teremos de recorrer a outras estruturas desportivas, que tenham essa capacidade para se disputar apenas aquele jogo, do que fazermos uma infra-estrutura maior, onde depois o número de receitas serão poucas. Se exceder a capacidade dos lugares que nós temos no estádio não será possível realizar o jogo no França Ndalu”, afirmou a arquitecta.
Em relação a conclusão das obras do estádio, onde nesta altura estão a ser colocados os assentos individuais a responsável pelas infra-estruturas do clube militar foi cautelosa.
Hoje já podemos dizer que não falta muito, o essencial está feito. Mas não consigo precisar neste momento a previsão da conclusão das obras do estádio, porque temos várias frentes de trabalho. O Estádio França Ndalu não é a única obra que temos, ele é a obra de maior destaque que temos”, disse Elizabeth Caílo, explicando ser uma obra dirigida.
Devido à sua localização uma das maiores preocupações relacionadas ao estádio está ligada ao parque de estacionamento das viaturas, uma situação que foi devidamente pensada aquando da elaboração do projecto, de acordo com a arquitecta.
“O estacionamento é um dos grandes problemas que nós encontramos nos vários estádios da nossa cidade e pensamos nisso, toda fachada principal, onde temos 300 metros lineares, temos via principal e temos uns largos metros até chegarmos ao muro que divide a Cidade Desportiva da área pública. Este espaço todo será trabalhado para o estacionamento. Temos o espaço que dá acesso ao Mártires e no interior o estacionamento VIP”, sustentou Elizabeth Caílo, segundo a qual o estádio está numa zona bem localizada, em que muitas pessoas terão acesso sem as suas viaturas.
Antes de entrar no panorama desportivo nacional o Estádio França Ndalu foi testado em duas ocasiões, com público, para se aferir alguns aspectos ligados à futura utilização do recinto.
“Durante esse período nós realizamos duas apresentações do plantel da equipa sénior masculino, onde tivemos aproximadamente nove mil espectadores, e não tivemos qualquer problema. É verdade que esse número não está perto da realidade, mas foi um teste a se ter em conta para podermos saber em que nível estamos em termos de organização, segurança, informação e comunicação, além da evacuação do público”, concluiu a arquitecta.