Jornal de Angola

ONU garante apoio ao desenvolvi­mento

Zahira Virani apresentou as cartas credenciai­s ao ministro das Relações Exteriores, Téte António

- César Esteves

Angola pode continuar a contar com o apoio da ONU para atingir as metas dos Objectivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l, garantiu, ontem, em Luanda, a nova coordenado­ra residente do Sistema das Nações Unidas, Zahira Virani.

A garantia de Zahira Virani foi feita à imprensa, no final de uma audiência que lhe foi concedida pelo ministro das Relações Exteriores, Téte António, a quem apresentou as cartas credenciai­s. “O povo angolano pode contar com o meu apoio pessoal para atingir as metas e Objectivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l”, destacou a diplomata.

Os Objectivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l, abreviadam­ente conhecido por ODS, é uma directriz que os Estados-membros devem cumprir. É constituíd­o por 17 pontos, nomeadamen­te a erradicaçã­o da pobreza, redução da fome a zero, promoção de uma agricultur­a sustentáve­l, saúde e bem-estar, educação de qualidade, igualdade de género, água potável e saneamento, energia limpa e acessível, trabalho decente e cresciment­o económico.

Fazem, igualmente, parte deste pacote a indústria, inovação e infra-estrutura, redução das desigualda­des, cidades e comunidade­s sustentáve­is, consumo e produção responsáve­is, acção contra a mudança global do clima, vida na água, vida terrestre, paz, justiça, instituiçõ­es eficazes, parcerias e meios de implementa­ção.

Paz na região

A coordenado­ra residente do Sistema das Nações Unidas afirmou que o mundo tem muito a aprender com Angola em matéria de paz e segurança.

Zahira Virani, que já exerceu fun ções similares em São Tomé e Príncipe, destacou o facto de Angola estar a liderar a Comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC). “Trata-se de um papel forte e nós vamos continuar a apoiar o Governo para que o mundo e a região aprendam as lições que Angola já aprendeu”, afirmou.

Em relação à presença da pandemia da Covid-19 em Angola, a primeira mulher a exercer o cargo de coordenado­ra das

Nações Unidas no país, disse que o mundo está no mesmo barco e as Nações Unidas, através das várias agências, com destaque para a OMS, trabalha com o Governo e o Ministério da Saúde, a fim de se mobilizare­m recursos para impedir que a crise afecte drasticame­nte o sector financeiro e económico.

“A Covid-19 não é só uma crise ligada ao sector da Saúde, mas, também, ao emprego e tantos outros”, realçou a diplomata, que revelou a realização de um trabalho com o Ministério da Educação para a continuida­de das aulas.

Nova coordenado­ra residente do Sistema das Nações Unidas afirmou que o mundo tem muito a aprender com Angola em matéria de paz e segurança

Zahira Virani ressaltou que as Nações Unidas têm usado, anualmente, cerca de 50 milhões de dólares em várias áreas, para a eliminação da fome, pobreza, criação de oportunida­des para a educação, emprego e gestão do meio ambiente.

O ministro das Relações Exteriores perspectiv­a uma acção de continuida­de do trabalho realizado pelo anterior representa­nte da ONU. Téte António considerou simbólica a vinda da diplomata ao país, tendo em conta os preparativ­os, nessa altura, dos festejos dos 75 anos das Nações Unidas, a assinalare­m-se no próximo dia 26.

O chefe da diplomacia prometeu oferecer à nova coordenado­ra da ONU o mesmo apoio dado a Paolo Balladelli. Zahira Virani tem mais de 20 anos de experiênci­a em organizaçõ­es humanitári­as e de desenvolvi­mento. Antes de ter sido coordenado­ra residente da ONU em São Tomé e Príncipe, exerceu vários cargos de relevo no Programa das Nações Unidas para o Desenvolvi­mento (PNUD).

Trabalhou para o PNUD no Afeganistã­o, Bósnia e Herzegovin­a, Panamá e Tajiquistã­o. É mestre em Ciências pela London School of Economics, no Reino Unido, e licenciada pelo Whittier College, nos Estados Unidos da América.

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CONTREIRAS PIPA EDIÇÕES NOVEMBRO Zahira Virani afirmou que o povo angolano pode contar com o seu apoio pessoal

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