NATO quer evitar situação sem acordo
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, defendeu, ontem, que “não se deve chegar” a uma situação em que nenhum tratado regule as armas nucleares, dadas as dificuldades de negociações entre Estados Unidos e Rússia sobre o acordo bilateral.
“O que está agora em jogo é o futuro do acordo New Start, que expira no início do próximo ano. Os aliados apoiam a extensão do New Start pelos Estados Unidos e pela Rússia e congratulome com os progressos realizados sobre esta questão nos últimos dias”, declarou Jens Stoltenberg.
Em conferência de imprensa, a anteceder a reunião por videoconferência dos ministros de Defesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, sigla em inglês), hoje e amanhã, o secretáriogeral da organização, avisou: “Não devemos chegar a uma situação em que não tenhamos nenhum tratado que regule o número de armas nucleares”.
Jens Stoltenberg notou que um dos assuntos em cima da mesa dos ministros da Defesa da NATO será, então, “o desafio dos mísseis russos, que está a crescer em escala e complexidade”.
“Os aliados já acordaram um pacote equilibrado de medidas políticas e militares, e estão em curso trabalhos para melhorar as nossas defesas aéreas e de mísseis”, adiantou.
O secretário-geral da organização frisou, ainda, que “os aliados da NATO continuam empenhados no controlo do armamento e no desarmamento”, destacando o “longo historial de desarmamento nuclear”, que permitiu a redução do número de armas nucleares da aliança transatlântica na Europa “em mais de 90 por cento nos últimos 30 anos”.
Concluído em 2010, o tratado New Start expira no início de 2021 e as negociações sobre a sua renovação encontramse num impasse há meses.
O acordo mantém os arsenais de ambos os países bem abaixo dos níveis da Guerra Fria, limitando o número de lançadores nucleares estratégicos a 700 e o de ogivas a 1.550.
O desaparecimento do acordo, negociado na época dos Presidentes Barack Obama e Dmitry Medvedev, levanta preocupações do ressurgimento de uma corrida às armas e ainda de ver a relação entre os dois países degradar num sector altamente sensível.