Macau nega influência no fecho do World Press Foto
O embaixador de Portugal em Pequim afirmou, ontem, que as autoridades de Macau garantiram não terem tido influência no encerramento prematuro do World Press Photo, exposição de fotografia que incluía imagens dos protestos em Hong Kong, em 2019.
A exposição, inaugurada em 25 de Setembro, devia decorrer até 18 de Outubro, mas, no passado fim de semana, as portas já estavam fechadas, sem aviso prévio.
A presidente da Casa de Portugal, a associação que organiza, há anos, a mostra em Macau, contactada pela Lusa, no dia 8 de Outubro, escusou-se a explicar as razões para o encerramento. Amélia António limitou-se a dizer que “questões de gestão interna não são para discutir em público”.
Em conferência de imprensa em Macau, o embaixador José Augusto Duarte apontou que a questão da Casa de Portugal foi abordada com as autoridades do território, assegurando que estas lhe garantiram que “não houve interferência de autoridades locais nesta questão”.
A Fundação Macau, através da qual o Governo patrocinou a exposição, limitou-se a afirmar, numa resposta à Lusa, que teve conhecimento do fecho antecipado da exposição “por causa de um problema de gestão interna da Casa de Portugal”.
Para reforçar, José Augusto Duarte afirmou que muitas associações portuguesas lhe recordaram o apoio imenso e constante que têm tido por parte da Fundação Macau ao longo dos anos.
O embaixador admitiu, contudo, ser preferível que esta situação não tivesse existido.
Na segunda-feira, a Iniciativa Liberal (IL) questionou o Governo português sobre o encerramento, “sem explicações concretas”, da exposição.
Na pergunta, a IL citou o director de exposições da fundação, Laurens Korteweg, que disse que as razões para o encerramento da exposição permanecem “pouco claras” e que a organização está “a acompanhar as notícias dos “media” locais, nas quais se sugere que pode ser o resultado de pressão externa sobre o conteúdo da exposição”.