Ministro realça o papel dos privados na economia
Téte António sublinhou que o sector privado promove cerca de 60 por cento dos postos de trabalho
O ministro das Relações Exteriores, Téte António, destacou, ontem, em Luanda, a importância do sector privado na economia dos países.
Téte António, que discursava na abertura do I Fórum de Negócios AngolaRwanda, decorrido por videoconferência, disse que o sector privado é, por excelência, destinatário dos acordos de cooperação económica e técnica que os Governos celebram entre si, por constituir a alavanca das economias e ser promotor de cerca de 60 por cento dos postos de trabalho.
O Fórum de Negócios Angola-Rwanda visou a troca de ideias e experiências entre os operadores económicos dos dois países, nos vários domínios de actividade e, sobretudo, conhecer normas, requisitos e mecanismos necessários para investimentos.
O chefe da diplomacia angolana disse que o evento é importante no quadro das relações de cooperação económica e técnica entre Angola e o Rwanda, porquanto dinamiza a produção de bens de consumo, serviços e cria riqueza.
“Este fórum constitui uma das primeiras manifestações práticas do conteúdo dos referidos acordos, traduz e reafirma a vontade dos dois chefes de Estado que, em diversas ocasiões, exortaram aos respectivos Governos a caminharem lado a lado para o desenvolvimento das suas economias, a bem das respectivas populações”, sublinhou.
Para Téte António, o I Fórum de Negócios Angola-Rwanda realiza-se num clima atípico em que se faz face a uma crise sanitária global sem precedentes, provocada pela pandemia do novo coronavírus.
Referiu que o evento, independentemente dos resultados que possam ser colhidos, constitui um desafio enorme às classes empresariais angolana e rwandesa, demonstrando vontades próprias para ajudar os dois Governos a ultrapassarem as dificuldades na realização de negócios.
“Estamos para apoiar com firmeza esta iniciativa, como apoiaremos outras que se seguirão em prol do desenvolvimento sustentável dos nossos países e povos”, garantiu.
O ministro dos Negócios e Cooperação Internacional do Rwanda, Vincent
Biruta, felicitou Angola pelo empenho da sua diplomacia em reunir com investidores rwandeses, no sentido de serem traçados caminhos para uma cooperação cada vez forte no sector económico.
Disse esperar que os grupos técnicos das agências dos dois países - Agências de Investimento Privado e Promoção das Exportações de Angola (AIPIEX) e Rwanda Development Board - disponibilizem aos empresários informações relativas aos mecanismos e requisitos indispensáveis para empreenderem acções de investimentos e realização de negócios em cada um dos Estados.
Angola e Rwanda estabeleceram relações diplomáticas em 2002 e a base jurídico-legal de cooperação bilateral económica e técnica foi definida, apenas em 15 de Maio de 2014, quando foram celebrados o Acordo Quadro de Cooperação e outros instrumentos jurídicos que constituem o suporte legal para as acções de cooperação.
O Fórum de Negócios Angola-Rwanda visou a troca de ideias e experiências entre os operadores económicos dos dois países
Rwanda abriu a Embaixada em Angola em 2015, enquanto Angola nomeou o primeiro embaixador extraordinário e plenipotenciário em Kigali em 2018, tendo a representação diplomática sido aberta em Março de 2019. Estes acontecimentos fizeram com que o processo de dinamização da cooperação bilateral começasse a ter efeitos práticos.
A 26 de Agosto deste ano, o Executivo angolano aprovou três instrumentos jurídicos assinados, em 2014, pelos ministros das Relações Exteriores de Angola e dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Internacional do Rwanda, nomeadamente os acordos Quadro de Cooperação e sobre a Criação da Comissão Bilateral, bem como o Memorando de Entendimento sobre Consultas Políticas.
Segundo Téte António, estes instrumentos vão, doravante, legitimar todo o exercício da acção de cooperação bilateral, com reflexos positivos no ambiente de paz e segurança na região.